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Vale salta 5% e leva Ibovespa ao 1º pregão positivo em oito dias

Bolsas americanas tem dia de alívio e cenário tira força do dólar, que volta a cair contra o real

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 27 de abril de 2022 às 17h25.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira fechou esta quarta-feira, 27, em alta de 1,05%, aos 109.343 pontos, em seu primeiro dia no azul após sete pregões consecutivos de perdas.

Quem puxou a alta do índice foram as ações da Vale (VALE3), que têm o maior peso na carteira teórica do Ibovespa. Os papéis da mineradora subiram mais de 5% com investidores aguardando a divulgação do resultado do primeiro trimestre da empresa, prevista para após o encerramento do pregão.

  • Vale (VALE3): + 5,35%

Grande parte das expectativas para o balanço da Vale está ancorada no relatório de produção da empresa, divulgado na semana passada – que foi mal recebido pelo mercado. O balanço financeiro, no entanto, não deve ser prejudicial para as ações, segundo as previsões dos analistas.

No exterior, o dia foi também de alívio para as bolsas americanas, que subiram após um pregão de fortes quedas na véspera. O índice de tecnologia Nasdaq – que caiu quase 4% ontem, em seu pior pregão desde 2020 – hoje fechou o dia no zero a zero, enquanto os demais índices registraram leve alta.

  • Dow Jones (EUA): + 0,19%
  • S&P 500 (EUA): + 0,21%
  • Nasdaq (EUA): - 0,01%

O dia de alívio também se refletiu no câmbio, com o real subindo contra o dólar após disparar para R$ 4,99 na sessão passada.

  • Dólar comercial: - 0,45%, a R$ 4,967

Destaques de ações

As ações do setor de mineração também reagiram à alta do minério de ferro, que subiu 2% na bolsa de Dalian, na China. A commodity teve um dia de recuperação em meio a notícias de controle da Covid na China – maior importador de minério do mundo. 

Ações de siderúrgicas, também beneficiadas pela apreciação do minério, acompanharam as da Vale entre as maiores altas do pregão. Gerdau (GGBR4) liderou os ganhos do dia.

  • Gerdau (GGBR4) + 6,01%
  • Gerdau Metalúrgica (GOAU4): + 5,08%
  • CSN (CSNA3): + 4,58%

Enquanto esperam pelos números da Vale, investidores reagiram positivamente ao balanço da WEG (WEGE3), que voltou a superar as estimativas de mercado em resultado divulgado nesta manhã. Os papéis da companhia subiram mais de 5%.

  • WEG (WEGE3): + 5,50%

A fabricante de máquinas e motores industriais teve lucro líquido de R$ 943,9 milhões no primeiro trimestre. O consenso da Bloomberg para o período era de lucro R$ 882,5 milhões. O Ebtida de R$ 1,233 bilhão e a receita líquida de R$ 6,828  bilhões também saíram acima das expectativas.

Os números foram elogiados por Rodrigo Crespi, analista da Guide, que os classificou como "robustos". Segundo ele, o balanço "confirmou a a qualidade e eficiência operacional da empresa tanto domesticamente como no exterior". 

Já nos principais destaques negativos do dia, Hapvida (HAPV3) caiu quase 6%. A queda foi um reflexo da expectativa de analistas para os papéis do setor de saúde. As projeções são de que os balanços dessas empresas devem vir mais fracos nessa temporada.

  • Hapvida (HAPV3): - 5,84%

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Inflação

No radar de investidores também estiveram os dados do IPCA-15, que saíram abaixo do esperado. O indicador referente à primeira quinzena de abril ficou em 1,73% ante expectativa de 1,85% de alta. Na comparação anual, a inflação acelerou de 10,79% para 12,03, ficando levemente abaixo do consenso de 12,16%

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, a inflação pode começar a arrefecer. "Apesar do número elevado há agora a perspectiva mais clara que podemos estar de fato chegando no pico da inflação uma vez que para maio não devemos ter altas de combustíveis", disse em nota.

Apesar da melhora de sentimento, o IPCA não alterou a percepção do mercado de que o ciclo de alta de juros do Banco Central não irá encerrar na reunião do Copom da próxima semana, como sinalizado inicialmente.

"A Inflação registrou uma surpresa positiva, mas que traz pouco alívio para o cenário do ano. acreditamos que para conter a alta dos preços e as expectativas o BC tenha que elevar seus juros para além dos 12,75% prometido, estendendo o ciclo até junho", disse Luca Mercadante, economista da Rio Bravo.

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