São Paulo – A alta qualidade do minério de ferro produzido pela Vale (VALE3); (VALE5) deve garantir um 2011 promissor às ações da empresa. A Ágora Corretora, em relatório publicado ontem, elevou as estimativas para os papéis da mineradora principalmente em função do “prêmio de qualidade”, além do novo programa de investimentos divulgado. A brasileira é sempre lembrada pelo alto grau de teor de ferro do seu minério, que chega ao redor de 66% em Carajás.
Para a analista Cristiane Viana, o preço do minério de ferro no mercado à vista (spot) deve subir aproximadamente 21%, em dólares. “Entretanto, dado ao apetite do mercado mundial por minério de ferro de melhor qualidade, que reduz a utilização de outros componentes de custo (em especial carvão e coque), acreditamos que a Vale poderá obter um ganho de preço efetivo superior ao praticado no mercado spot”, destaca.
A atualização de estimativas resultou em um preço-alvo de 87,30 reais por ação ordinária e de 74,90 para a preferencial classe A para dezembro de 2011. Além de bem posicionada para crescer em um ambiente de alta nos preços, os papéis da Vale têm sido negociados a um desconto em relação aos pares internacionais. As ações dão negociadas a um múltiplo (EV/Ebitda, valor da empresa sobre a geração de caixa) de 4,4 vezes, enquanto a média é de 5,5 vezes para 2011.
A BHP Billiton, por exemplo, negocia a 5,8 vezes e a Rio Tinto a 5,3 vezes. “O largo potencial de valorização estimado, o cenário positivo para o segmento de minério de ferro e o desconto elevado da Vale versus suas pares internacionais corroboram e reforçam nossa recomendação de compra para as ações da mineradora brasileira”, projeta Cristiana. Considerando os preços de fechamento de ontem , o potencial de valorização para as ações chega a 50%.