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Vale lidera recomendações para junho

A perspectiva é de que a commodity encontre um piso e de que a companhia se beneficie da desvalorização do real


	Vale: a mineradora foi citada em 9 dos 10 portfólios recomendados para junho
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Vale: a mineradora foi citada em 9 dos 10 portfólios recomendados para junho (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 17h17.

São Paulo - Mesmo depois de uma performance relativamente ruim em maio por conta dos menores preços internacionais do minério de ferro, a mineradora Vale é quase unanimidade nas recomendações de investimentos em ações brasileiras para junho, em meio à perspectiva de que a commodity encontre um piso e de que a companhia se beneficie da desvalorização do real.

A mineradora foi citada em nove dos dez portfólios recomendados para junho obtidos pela Reuters, ficando de fora apenas da carteira da XP Investimentos.

Ambas as ações da mineradora tiveram desempenho abaixo do Ibovespa no mês passado. Enquanto os papéis preferenciais perderam 2,95 por cento, os ordinários caíram 3,4 por cento, ante desvalorização de 0,75 por cento do principal índice da bolsa brasileira.

O preço do minério de ferro na China caiu pelo sexto mês seguido em maio, em sua mais longa trajetória de baixa já registrada, com ampla oferta da commodity e preocupações sobre a desaceleração da economia chinesa.

Apesar disso, o BTG Pactual decidiu manter a ação ordinária da mineradora em seu portfólio, citando que o papel teve desempenho abaixo do mercado recentemente e que os preços do minério podem encontrar um piso em breve.

"Embora não possamos descartar a possibilidade de que o minério corrija mais um pouco na direção dos 80 dólares a tonelada, não vemos esses níveis como sustentáveis, já que o equivalente a 15 por cento do mercado transoceânico ficaria no vermelho", afirmaram os analistas do BTG, acrescentando que o mercado já precifica menores preços do minério e que retornos a acionistas devido à flexibilidade dos investimentos da Vale devem dar suporte às ações.

A Guide Investimentos afirmou acreditar que o atual patamar de preços dos papéis da Vale é atrativo e que a companhia pode ser uma das principais a se beneficiar de um real mais desvalorizado nos próximos meses, o que impulsionaria as projeções de receita da mineradora.

Embora tenha posição "underweight" (abaixo da média do mercado) no setor de matérias-primas, o Bank of America Merrill Lynch tem a ação preferencial da Vale em seu portfólio, com participação de 8,5 por cento.

GPA E AMBEV Além da Vale, outro papel bastante recomendado para o mês foi o do varejista Grupo Pão de Açúcar (GPA), com sete em dez indicações.

Analistas da Citi Corretora afirmaram que se trata de uma ação com perfil defensivo, que se adequa ao momento atual de incertezas para a economia local, e que é esperada maior movimentação em supermercados em junho e julho devido à Copa do Mundo no Brasil.

Para o BTG Pactual, os resultados do GPA do segundo trimestre "devem ser decentes em todos os negócios da companhia, ajudados pelo efeito positivo do calendário e mais ganhos de eficiência da Via Varejo ", referindo-se à unidade de eletrodomésticos e móveis do grupo.

A Ambev, que foi recomendada cinco vezes, também possui perspectiva positiva para os resultados no ano por conta de demanda extra na Copa, disse o Citi. Nesta segunda-feira, dados divulgados pela Receita Federal mostraram que a produção brasileira de cervejas cresceu 14,8 por cento em maio ante igual mês do ano passado.

Em meados do mês passado, o governo voltou atrás na mudança na tributação de bebidas frias que entraria em vigor em 1o de junho e suspendeu o aumento por três meses para evitar maiores preços na Copa e mais pressão sobre a inflação. (Edição de Cesar Bianconi)

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