Mercados

Usiminas, Gerdau e Embraer: exportadoras sobem com reabertura econômica

A lógica por trás da valorização dos papéis é que as companhias vão poder reverter - o quanto antes - o cenário desafiador do primeiro trimestre

Gerdau: produção de aço bruto caiu no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado com o recuo das exportações (Germano Lüders/Exame)

Gerdau: produção de aço bruto caiu no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado com o recuo das exportações (Germano Lüders/Exame)

NF

Natália Flach

Publicado em 27 de maio de 2020 às 15h33.

Última atualização em 27 de maio de 2020 às 18h09.

A reabertura de economias, como dos Estados Unidos e de alguns países da Europa, animou os investidores nesta quarta-feira, 27. Não por um acaso, as ações que apresentaram maior alta são de empresas essencialmente exportadoras. Usiminas subiu 16,33%, CSN avançou 10,79%, Gerdau, 10,96% e a Embraer, 9,49%. Por sua vez, a varejista online B2W - que ganhou mercado durante o isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus - apresentou queda de 1,47%.

A lógica por trás da valorização dos papéis das exportadoras é que as companhias vão poder reverter - o quanto antes - o cenário desafiador do primeiro trimestre. No caso da Usiminas, a empresa registrou prejuízo líquido de 424 milhões de reais ante lucro de 268 milhões de reais no quarto trimestre de 2019, enquanto a receita líquida teve queda de 1,7% para 3,8 bilhões de reais.

Na ocasião da publicação dos resultados - realizado na semana passada -, os analistas da Guide disseram que o quadro desafiador deveria se repetir nos próximos trimestres. "Contaram com a paralização de operações em Ipatinga e Cubatão, o que provavelmente prejudicará seu resultado operacional em cerca de 50%", escreveram, em relatório divulgado a clientes.

O quadro não é muito diferente da Gerdau. A produção de aço bruto caiu no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado com o recuo das exportações. Resultado: os números vieram abaixo da expectativa do mercado. A empresa anunciou então que revisou o plano de investimentos para 2020 em virtude das incertezas.

Já a CSN viu a produção da mina Casa de Pedra cair de 30% a 40%, segundo relatório do BTG Pactual, o que segundo analistas do banco pode fazer com que a empresa tenha dificuldade para recuperar a perda de toneladas nos próximos trimestres. 

Reaberturas

No fim de semana, os franceses decidiram permitir a realização de cerimônias religiosas em todo o país. A Itália reabriu academias e ginásios nesta semana, e o Japão suspendeu o estado de alerta contra a pandemia. O governo italiano vai começar o recrutamento de 60 mil voluntários para monitorar a conformidade de suas medidas de segurança.

Ainda na segunda, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse que se os países baixarem a guarda a doença “vai se espalhar muito rápido”. “Precisamos ser vigilantes”. Na Espanha, as duas cidades mais impactadas pela pandemia – Madri e Barcelona – estão reduzindo o lockdown a partir desta semana.

Nos Estados Unidos, o país mais atingido pela epidemia, milhares de americanos relaxaram o isolamento social durante o Memorial Day, feriado nacional em homenagem aos mortos em combate. Reabertas recentemente, algumas praias ficaram lotadas, assim como os balneários do Lago de Ozarks, no Missouri. No Texas, uma festa reuniu cem pessoas na piscina de um clube de Houston.

No fim de semana, Deborah Birx, coordenadora da equipe médica do governo, se disse “muito preocupada” com as aglomerações no feriado. “Realizar atividades fora de casa é bom. Mas isso não muda o fato de que as pessoas precisam ser responsáveis e manter certa distância”, disse.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3CSNEmbraerGerdauUsiminas

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa opera perto da estabilidade, apesar de rali exterior pós-Fed; Nasdaq sobe 2,5%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado