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Unigel deve fazer IPO em 2011 e terá nova fábrica no México

Petroquímica adiou a primeira tentativa de oferta pública inicial de ações pela crise financeira mundial de 2008

A empresa já escolheu os bancos e escritórios de advocacia para a abertura de capital, segundo o presidente da empresa, Henri Slezynger (Lailson Santos/EXAME)

A empresa já escolheu os bancos e escritórios de advocacia para a abertura de capital, segundo o presidente da empresa, Henri Slezynger (Lailson Santos/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2011 às 15h06.

São Paulo - A petroquímica brasileira Unigel deve realizar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na BM&FBovespa até o final deste ano, após o adiamento dos planos em 2008 por conta da crise financeira mundial.

A companhia, que produz especialidades químicas, fertilizantes, plásticos e embalagens, já escolheu os bancos e escritórios de advocacia para a abertura de capital, segundo o presidente da empresa, Henri Slezynger.

"A Unigel já é auditada há muitos anos... e já estamos no tamanho para abrir capital", disse o executivo, que também é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a jornalistas nesta quinta-feira.

No ano passado, a Unigel registrou faturamento de 2 bilhões de dólares, e a estimativa para este ano é de que a companhia tenha receita entre 2,3 bilhões e 2,4 bilhões de dólares.

Além de unidades no Brasil, a companhia possui uma fábrica no México produtora de metacrilato, matéria-prima para a produção de acrílico, com capacidade para produzir 25 mil toneladas por ano. A Unigel também produz 100 mil toneladas anuais de metacrilato na unidade de Candeias (BA), sendo que metade da produção é exportada.

Slezynger explica que a demanda mundial por metacrilato está crescendo por conta da produção de televisores LED. "No ano passado, foram produzidas 40 milhões de TVs LED no mundo, neste ano devem ser 80 milhões e em 2012 cerca de 150 milhões", afirmou o presidente, acrescentando que a produção de uma TV LED consome 2,5 quilos de acrílico.

Por conta de uma previsão de grande demanda pelo produto --a Unigel é a única fabricante de metacrilato da América Latina--, a companhia vai investir entre 300 e 400 milhões de dólares em uma unidade que vai produzir outras 100 mil toneladas de metacrilato.

A unidade será construída no México por conta do preço do gás natural, afirmou Slezynger, já que enquanto no Brasil o preço da matéria-prima é de 12 a 15 dólares por BTU (Unidade Térmica Britânica, na sigla em inglês), no México o preço é de 4 dólares, o mesmo praticado nos Estados Unidos.

A unidade no México, destinada à exportação, deverá ser construída no Estado de Veracruz, onde está a primeira unidade e onde deverá ser construída também uma fábrica da petroquímica Braskem no país. Segundo Slezynger, é possível que a petrolífera estatal mexicana Pemex, que vai fornecer gás e amônia para a fábrica da Unigel, também entre como parceria no projeto.

"Algumas empresas internacionais estão interessadas em participar", afirmou Slezynger, sem dar mais detalhes.


A unidade do México também deverá produzir 50 mil toneladas de cianeto, utilizado na indústria de mineração de ouro.

Atualmente, a Unigel é a quinta maior produtora de metacrilato do mundo, e com a nova unidade, que deve entrar em operação entre o final de 2013 e início de 2014, deverá subir para a quarta posição. Entre as concorrentes estão a norte-americana Dow e a alemã Evonik.

A Unigel atua em três segmentos de negócios: acrílicos --que corresponde a cerca de 40 por cento do faturamento, estirênicos --utilizados na produção de borracha sintética, poliéster e embalagens, entre outros, correspondendo de 40 a 45 por cento do faturamento; e embalagens, por meio de uma participação na produtora de garrafas PET Engepack.

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