Mercados

Unick Forex: queixas triplicam em 2 meses e chegam a quase 10 mil

Empresa está sem pagar os resgates prometidos aos investidores desde meados de julho

Comissão de Valores Mobiliários divulgou três avisos de atuação irregular da empresa. (Nelson_A_Ishikawa/Getty Images)

Comissão de Valores Mobiliários divulgou três avisos de atuação irregular da empresa. (Nelson_A_Ishikawa/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 3 de setembro de 2019 às 16h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2019 às 16h00.

A Unick Forex, empresa que prometia dobrar o capital de seus clientes em seis meses e mais comissões por indicações de investidores e está sem pagar os resgates desde meados de julho, terminou agosto com 9.929 queixas no site Reclame Aqui. Esse número é quase o triplo das 3.651 reclamações registradas até junho. Só no mês passado, foram 3.499 queixas de clientes que pedem a devolução do dinheiro investido. No fim de julho, eram 6.430 reclamações.

O número tende a crescer mais. Segundo sócios da empresa, que se comunicam com os investidores pelas redes sociais, a Unick tem mais de um milhão de clientes, no Brasil e no exterior, que compraram “pacotes educacionais” que davam direito a participação nos lucros e prometiam ganhos de até 3% ao dia, além dos ganhos por indicações. Os líderes de grupos, ou “diamantes”, chegaram a ganhar milhões com as indicações, que rendiam 10 por cento do que o indicado aplicava na Unick.

Um dia antes da “manutenção”, em 1ª de agosto, a empresa divulgou comunicado informando que “um problema pontual” havia causado o atraso dos saques para algumas plataformas bancárias. “A previsão é que a normalização dos serviços comece amanhã”, dizia a nota. No dia seguinte, porém, foi divulgado o comunicado da Unick suspendendo os pagamentos e informando da “atualização do sistema” até 12 de agosto, e prometendo “muitas surpresas”.

A principal surpresa anunciada foi que ela deixaria de pagar a rentabilidade das aplicações e que devolveria apenas o dinheiro aplicado em parcelas, mensalmente. Mas nem isso aconteceu ainda. O sistema só voltou ao ar em 16 de agosto, mas de forma parcial e vem sendo “atualizado” deste então. Os resgates, porém, continuam suspensos.

A Unick já apresentou diversas versões para explicar os atrasos nos pagamentos. Primeiro, afirmou que estava com problemas com a empresa que processava os pagamentos. Depois, disse que precisava atualizar seu sistema operacional devido ao rápido crescimento. Mais recentemente, seus sócios afirmaram que a empresa foi vítima de uma fraude que teria desviado grande parte dos recursos. Hoje, afirma que não é empresa de investimentos, e portanto o que as pessoas compraram foram apenas os pacotes educacionais.

A Comissão de Valores Mobiliários divulgou três avisos de atuação irregular da empresa, o último alertando para os indícios de pirâmide financeira, na qual o investidor novo paga o resgate do antigo que sai. O processo aguarda análise do pedido de termo de compromisso feito pela Unick e seus sócios.

Essa notícia foi publicada originalmente no site Arena do Pavini

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCVMEsquemas de pirâmidePirâmides financeirasReclame Aqui

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol