Mercados

Uma ajuda para a Petrobras

Virou rotina, nos últimos dias, ligar para um analista ou gestor de ações e ouvir que é hora de comprar ações da Petrobras. “Com o petróleo subindo e o dólar caindo – o que diminui a sua dívida – a Petrobras só tem a ganhar. Além disso tem a gestão do Pedro Parente e ainda a expectativa de […]

PETRÓLEO: alta da commodity foi a maior em 18 meses e ajudou ações da Petrobras a fechar em alta no pregão / Think Stok (./Thinkstock)

PETRÓLEO: alta da commodity foi a maior em 18 meses e ajudou ações da Petrobras a fechar em alta no pregão / Think Stok (./Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 05h55.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h10.

Virou rotina, nos últimos dias, ligar para um analista ou gestor de ações e ouvir que é hora de comprar ações da Petrobras. “Com o petróleo subindo e o dólar caindo – o que diminui a sua dívida – a Petrobras só tem a ganhar. Além disso tem a gestão do Pedro Parente e ainda a expectativa de melhora na economia do país”,  afirma o analista Raphael Figueredo, da corretora Clear.

De todos os ventos que sopram a favor da companhia, o maior deles é o petróleo. Para reduzir a saturação do mercado e melhorar o preço da commodity, todo mundo resolveu cooperar. Nesta segunda-feira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu que o país – segundo maior produtor de petróleo do mundo – participará de um acordo para limitar a produção da commodity. O anúncio veio após a última reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), realizada no dia 28 de setembro, em que os países membros aceitaram impor um limite de produção entre 32,5 e 33 milhões de barris por dia, ante os 33,75 milhões atuais. Foi o primeiro acordo em oito anos.

Em consequência desses anúncios, em pouco menos de duas semanas, o preço do petróleo subiu mais de 15%. O barril da commodity Brent fechou a segunda-feira na casa dos 53 dólares, o maior valor em mais de um ano. Otimista com o acordo, o ministro da energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, o maior produtor, disse que vê o barril de petróleo voltando aos 60 dólares no fim do ano.

Parece muito, mas 60 dólares é apenas a metade do preço do barril em meados de 2014. O mercado segue longe da casa dos 120 dólares em que se acostumou a ver as negociações entre 2011 e meados de 2014. Analistas estimam que o mercado pode continuar super abastecido até 2018. O acordo pode ajudar a mudar essa previsão, mas alguns especialistas permanecem céticos.

Isso porque tudo que se tem até agora são palavras. Os discursos só devem se transformar em contratos que limitam a produção na próxima reunião da Opep, marcada para o fim de novembro. Ainda não está claro quanto cada país diminuirá a produção. “Até lá, o mercado continuará se pautando apenas em expectativas”, afirma Phillip Soares, analista da Ativa Investimentos.

As expectativas não aumentam apenas o preço do petróleo, mas também das ações da Petrobras. Segundo estudo de Figueredo, da corretora Clear, hoje 65% da variação do preço do petróleo tem impacto sobre as ações da Petrobras.

Desde o dia 28 de setembro, os papéis ordinários e preferenciais da estatal se valorizaram mais de 19%. Analistas acreditam que as ações podem subir ainda mais até que o acordo seja assinado. É esperar que o discurso vire contrato.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Mercados

O que explica a valorização de US$ 350 bi da Tesla? 'Espíritos animais', citam analistas

No pior ano desde 2020, funcionários da Starbucks receberão apenas 60% do bônus

Pacote fiscal, formação do Governo Trump e prévia do PIB americano: os assuntos que movem o mercado

ETF da Argentina bate recorde de investimentos e mostra otimismo de Wall Street com Milei