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Um mortífero vírus chinês é a nova ameaça às bolsas

Nesta terça-feira, a possibilidade de uma nova epidemia do vírus SARS, na China, foi o assunto do dia nas mesas asiáticas

China: risco de contágio cresce com viagens de centenas de milhões de pessoas no ano novo  (Didier Marti/Getty Images)

China: risco de contágio cresce com viagens de centenas de milhões de pessoas no ano novo (Didier Marti/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 06h28.

Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 07h09.

São Paulo — Esta terça-feira deve trazer mais uma oportunidade para um duelo que, segundo analistas e investidores, deve dar o tom da bolsa brasileira em 2020: o otimismo interno contra as tensões externas.

O Ibovespa fechou esta segunda-feira 20 com uma alta de 0,32%, atingindo uma nova máxima histórica de 118.861 pontos, com volume negociado de 28.469 bilhões de reais. Mas o dólar comercial também bateu recorde, fechando em sua maior alta desde 4 de dezembro do último ano, em 4,18 reais.

É a concretização de declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o novo normal para a economia brasileira é a combinação de juro baixo e dólar mais alto. O país, como se sabe, historicamente atraiu capital estrangeiro que buscava retorno nas elevadas taxas de juros brasileiras. Era o prêmio que compensava o risco. O prêmio foi reduzido; falta, agora, os estrangeiros acreditarem que o risco também caiu.

Ano passado estrangeiros tiraram 8,5 bilhões de reais da bolsa brasileira. Em contrapartida, houve maior protagonismo de investidores locais, que atingiram 1,7 milhão de pessoas, quase o dobro de 2018. O avanço interno deve continuar, como mostra a edição 2020 de Onde Investir de EXAME, nas bancas e nas versões digitais. O desafio é atrair dinheiro de fora.

Para isso, é preciso não só que o Brasil faça a lição de casa, com o avanço das reformas administrativa e tributária (e a redução de episódios como a recente citação nazista do ministro da cultura, por exemplo). Mas é também importante que a percepção de risco global caia. O ano de 2020 será de eleições nos Estados Unidos e de desdobramentos do Brexit. Mas há uma enxurrada de episódios fora do radar com potencial destrutivo, a começar pelas ameaças militares entre EUA e Irã.

Nesta terça-feira, a possibilidade de uma nova epidemia do vírus SARS (ou coronavírus), na China, foi o assunto do dia nas mesas asiáticas. A última vez que o SARS atacou em larga escala foi 2003. Agora, já fez três vítimas fatais, e tem dezenas de casos suspeitos de uma forte pneumonia. O temor é de um contágio em massa no ano novo chinês, quando centenas de milhares de pessoas viajam para suas cidades, no próximo fim de semana. Hong Kong caiu 2,8% nesta terça-feira; Xangai, 1,4%; Tóquio, 0,91%.

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