Mercados

Um IPO bilionário na B3: a estreia da empresa de gestão ambiental Ambipar

É o terceiro IPO da pandemia, após Estapar, de estacionamentos, e Aura Minerals, que explora principalmente ouro

Ambipar: Ações caíram 9% no pregão de hoje após o balanço (Ambipar/Divulgação)

Ambipar: Ações caíram 9% no pregão de hoje após o balanço (Ambipar/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de julho de 2020 às 06h47.

Última atualização em 13 de julho de 2020 às 12h03.

As ações da companhia de gestão ambiental Ambipar começam a ser negociadas nesta segunda-feira, 13, na B3. Primeira do ramo a entrar na bolsa, a empresa chega como uma alternativa para a onda de novos fundos dedicados a investir em companhias que atendam aos parâmetros ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Listada no Novo Mercado, segmento que atende aos mais altos padrões de governança, a companhia será negociada por meio do código AMBP3.

É o terceiro IPO da pandemia, após Estapar, de estacionamentos, e Aura Minerals, que explora principalmente ouro. A fila de IPOs na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem mais de 20 operações e metade delas já prepara a captação.

A Ambipar tem no portifólio trabalhos no maior incêndio industrial do Brasil, no estouro da barragem de Brumadinho e no combate ao coronavírus, que vem ocorrendo por meio de trabalhos de desinfecção. Os serviços são prestados por meio de suas duas principais frentes: a Ambipar Response, especializada no gerenciamento de crises ambientais e a Ambipar Environment, que atua no transporte, valorização e destinação final dos resíduos.

Com presença em quatro continentes, a Ambipar fez nos últimos anos aquisições de diversas empresas menores de dentro e fora do Brasil. A última delas, feita ainda neste ano, foi a da texana Allied, que permitiu à Ambipar atuar na pronta resposta às emergências em todos os modais dos Estados Unidos.

Em pleno crescimento, a receita bruta da companhia cresceu 166% entre 2017 e 2019. Somente no ano passado, o faturamento passou 384,5 milhões de reais para 484,4 milhões de reais – acréscimo de 26%.

Segundo a companhia, a estratégia pós-IPO é manter o investimento na expansão internacional por meio de compras de aquisições. Somente nos últimos cinco anos, foram 14 compras de participação societária. “A especialização e a capacidade de entrega de serviço em escala permite que sejamos competitivos internacionalmente”, afirmou a empresa em prospecto.

Para o Brasil, são planejados investimentos em 37 novas bases operacionais nos próximos 3 anos. A ideia, segundo a empresa, é o ganho de eficiência e diminuição do tempo de resposta do segmento response. “ A localização das referidas bases foi definida por meio da análise de um amplo banco de dados de acidentes ocorridos no país nos últimos 5 anos, sendo que, além do resultado financeiro gerado pelo efetivo atendimento à emergências, oferecerá serviços complementares para as concessionárias de rodovias, seguradoras e indústria em geral”, informou a Ambipar.

A empresa foi fundada em 1995 pelo atual presidente do conselho Tercio Borlenghi Junior, não vendeu sua participação no IPO e irá se manter como sócio majoritário, com 50,08% das ações da empresa.

Com os papéis precificados no topo da faixa indicativa, a 24,75 reais, a companhia de gestão ambiental levantou 1,08 bilhão de reais, dos quais 942,2 milhões foram direto para o caixa. O restante ficou com as acionistas Daniela Balseiro, Débora Borlenghi e Cristhianne Donadio, que reduziram a participação na empresa.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmbiparB3Mercado financeiro

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado