Twitter: difusão de informações via mídia social pode resultar em transações voláteis, podendo gerar fortes quedas com notícias falsas (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2013 às 12h05.
Nova York - David Einhorn, um operador financeiro conhecido por suas operações futuras a descoberto, recorreu ao Twitter no mês passado para negar que tivesse publicado uma mensagem no serviço de microblogs sobre a Herbalife.
"Aparentemente, tenho um imitador", disse o administrador de fundo de hedge, acrescentando que não tinha planos de publicar "tuítes sobre ações".
O que motivou a intervenção de Greenhorn, fundador da Greenhorn Capital, foi uma mensagem publicada na conta @Greenlightcap, agora suspensa, que dizia "O cabo de guerra $HLF será decidido, no fim, por quem tiver mais dinheiro para brincar. Eu não gostaria de estar no lugar de Bill agora #TeamIcahn".
Isso pode ter iludido leitores a imaginar que Einhorn - que usa o Twitter com pouca frequência, na conta @davidin, em geral para comentar sobre pôquer - estava tomando partido na batalha entre dois grandes investidores, Carl Icahn e Bill Ackman, que têm posições opostas na Herbalife.
Einhorn não é o único operador que teve forjada uma presença no Twitter, hoje fonte importante de informações para muitos investidores. No final de janeiro, as ações da Audience e da Sarepta Therapeutics despencaram depois de tuítes supostamente publicados por pesquisadores que acompanham o mercado futuro.
"As manobras de manipular altas e baixas de preços via Twitter são evidentemente algo com que o mercado deve se preocupar, ainda que não passem de uma nova maneira de as pessoas utilizarem truques que vêm sendo usados desde sempre", disse Keith McCullough, presidente-executivo do Hedgeye Risk Management, em New Haven, Connecticut. Ele usa o Twitter e tem mais de 22 mil seguidores.
Em trapaças como essas, usuários anônimos criam contas com nomes parecidos aos de importantes agentes do mercado, divulgam comentários negativos e causam quedas fortes.
As vendas que resultam disso demonstram como a difusão de informações via mídia social pode resultar em transações voláteis, e serve de alerta a investidores que operam com base em certas notícias sem verificar plenamente a fonte.
A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) monitora o Facebook e o Twitter e informou a Reuters em novembro que a mídia social terá parte importante nas fraudes financeiras.
O site da Securities and Exchange Commission (SEC), que regulamenta o mercado de valores mobiliários dos Estados Unidos, traz um alerta quanto ao possível uso de mídia social por trapaceiros para "parecerem legítimos, se esconderem por trás do anonimato e atingirem muitas pessoas a baixo custo".
A Financial Industry Regulatory Authority divulgou normas para o uso de mídia social pelos corretores e operadores financeiros, e requer que mantenham registros de uso.