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Trump em Davos, arrecadação federal e injeção de capital na China: o que move o mercado

A postura mais branda do Trump em relação às tarifas da China ainda repercute no mercado e enfraquece dólar. Ontem, a divisa americana fechou abaixo dos R$ 6 ante o real pela primeira vez desde novembro

Radar: todas as atenções se voltam para Trump em Davos (Andrew Harnik/AFP)

Radar: todas as atenções se voltam para Trump em Davos (Andrew Harnik/AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 08h17.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 09h30.

Os focos do mercado seguem sendo os movimento de Donald Trump nesta quinta-feira, 23. Hoje, os mercados acompanham a participação do republicano no Fórum de Davos, com foco em possíveis declarações sobre tarifas comerciais.

O mercado também repercute a injeção de US$ 158 bilhões antes do Ano Novo Chinês pelo Banco Popular da China (PBoC). Por aqui, o destaque é a arrecadação federal de dezembro, além do dólar, que pela primeira vez em dois meses fechou abaixo dos R$ 6.

Mercados atentos à participação de Trump no Fórum de Davos

A participação virtual do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Fórum de Davos, marcada para às 13h (horário de Brasília), é um dos principais focos dos mercados nesta quinta-feira, 23.
Segundo a agência DJ, Trump deve responder a perguntas de executivos europeus, e há especulações sobre os temas que ele pode abordar, especialmente sobre tarifas comerciais.

Até o momento, Trump tem adotado uma postura mais estratégica, mas já indicou posições firmes contra países como México, Canadá e Rússia. Recentemente, afirmou: “Tem que acabar logo com essa guerra ridícula [com a Ucrânia] ou sofrerá sanções e tarifas dos EUA.”

O Kremlin, no entanto, reagiu com indiferença, reforçando que não tem pressa para mudar sua posição.

Entretanto, em relação à China, Trump foi mais brando do que o esperado. Apesar de não ser oficial, Trump mencionou a possibilidade de implementar uma sobretaxa de 10% sobre produtos chineses, possivelmente a partir de 1º de fevereiro -- data que coincide com o prazo para tarifas direcionadas ao México e ao Canadá.

A alíquota de 10% é uma surpresa positiva, já que fica bem abaixo dos 60% que Trump chegou a sugerir durante sua campanha eleitoral. O resultado do movimento menos intenso contra China foi o arrefecimento do dólar ontem ante moedas de países emergentes.

Por aqui, a divisa fechou em queda de 1,40% aos R$ 5,946. Desde novembro de 2024, quando os temores fiscais em relação ao Brasil aumentaram, a divisa não permanecia abaixo dos R$ 6.

Arrecadação no Brasil e pedidos de seguro-desemprego nos EUA

Em um dia fraco de indicadores locais, o destaque é a arrecadação federal de dezembro, que será divulgada pela Receita Federal às 10h30.

Nos EUA, as atenções se voltam para a divulgação, às 10h30 pelo Departamento do Trabalho, dos pedidos de seguro-desemprego semanais.

Injeção de US$ 158 bi na economia chinesa

O Banco Popular da China (PBoC) realizou, em 22 de janeiro, uma operação de recompra reversa de 14 dias no valor de RMB 1,157 trilhão (cerca de US$ 158 bilhões), com taxa de juros de 1,65%. Essa medida visa garantir liquidez abundante no mercado, atendendo à crescente demanda por dinheiro em espécie e outros fatores relacionados ao Festival da Primavera, o Ano Novo Chinês, que será celebrado em 29 de janeiro.

De acordo com o Banco Central, a operação foi projetada para compensar o impacto do vencimento de RMB 959,5 bilhões em operações de recompra reversa de sete dias que expiraram no mesmo dia. O procedimento foi realizado por meio de licitação de quantidade fixa, com o objetivo de equilibrar a oferta de liquidez.

Segundo Wang Qing, economista-chefe da Golden Credit Rating International, o grande volume da operação reflete a estratégia do PBoC de garantir a estabilidade do mercado financeiro durante o período festivo. “Essa injeção moderada de liquidez é essencial para evitar flutuações abruptas no mercado de fundos durante um período de alta demanda”, destacou.

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