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Triunfo ironiza reação do mercado após compra de Viracopos

Ações caíram com dúvidas sobre o projeto e Fitch questionou o endividamento da empresa

A Triunfo tem planos para captar 303 milhões de reais  (Bia Parreiras/Viagem e Turismo)

A Triunfo tem planos para captar 303 milhões de reais (Bia Parreiras/Viagem e Turismo)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 17h01.

São Paulo – Os investidores torceram o nariz para a Triunfo (TPIS3) após a empresa levar o aeroporto de Viracopos, em Campinas, em um consórcio que participa com uma participação de 45%. A impressão era de que a taxa de retorno do negócio seria muito baixa e o valor pago por 51% do aeroporto, 3,821 bilhões de reais, muito alto. O ágio foi de 159,75% sobre o valor inicial proposto.

A Fitch Ratings colocou ontem em observação negativa as notas de crédito da empresa por “incertezas em relação à magnitude da geração de fluxo de caixa da concessão frente ao pagamento das obrigações”, dizia a nota. As ações caíram 10% ontem, a maior em quase três anos, e 3,52% no dia anterior. Hoje, contudo, voltaram a subir após uma teleconferência realizada com investidores e analistas do mercado. Os papéis atingiram a máxima de 6,01% nesta quarta-feira.

Segundo Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo Participações, o mercado precisa entender que a Triunfo não irá arcar sozinha com os investimentos, pois possui outros sócios (UTC Participações, 45%, e a Egis Airport Operation com 10%), e a Infraero que continua com 49% de Viracopos. “A Infraero também paga, assim como vai receber dividendos”, explica.

Ironia

“Nos colocamos à disposição da Fitch para explicar nossos números de metodologias de cálculo. Essa observação negativa precede o estudo e será colocada na gaveta”, disse Bottarelli. “Acho que o mundo tem coisas mais importantes para se incomodar do que esse assunto”, ironizou. A concessionária irá investir 8,7 bilhões de reais nos trinta anos de contrato.

O executivo disse ter planos para captar 303 milhões de reais em um empréstimo ponte este ano para financiar os investimentos até 2013. A Triunfo tinha uma alavancagem de 3,2 vezes a dívida líquida ajustada sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização no final de setembro do ano passado.

Segundo Bottarelli, as receitas e lucros gerados com o aeroporto irão reduzir o endividamento da Triunfo, pois a SPE (Sociedade de Propósito Específico) terá um endividamento menor (cerca de 2,7 vezes). A Triunfo tem covenants dos títulos da dívida atuais que limitam o endividamento a 3,5 vezes.

Confira a apresentação mostrada hoje ao mercado:

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