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Trégua entre Trump e China, Apple na mira: o que move o mercado

Com cortes tarifários entre EUA e China e dados mistos no Brasil, mercados reagem a balanços de Apple, Vale e decisões dos bancos centrais

Trump e Xi: China e EUA anunciaram acordo comercial (Andrew Harnik / Equipe/Getty Images)

Trump e Xi: China e EUA anunciaram acordo comercial (Andrew Harnik / Equipe/Getty Images)

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 06h53.

Os mercados operam em ritmo volátil nesta quinta-feira, 30, com investidores atentos a três frentes principais: balanços de grandes empresas, como a Apple (AAPL), decisões de juros e sinais de trégua entre Estados Unidos e China.

Após reunião com Xi Jinping, o presidente Donald Trump anunciou a redução das tarifas americanas sobre produtos chineses relacionados ao fentanil de 20% para 10%. O total de tarifas recua de 57% para 47%. Em troca, Pequim suspende, por um ano, restrições à exportação de terras raras — materiais essenciais para setores estratégicos.

No Brasil, o foco recai sobre os resultados da Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4). 

Fed corta juros e adota tom cauteloso

O Federal Reserve, banco central americano, reduziu na quarta-feira, 29, os juros dos EUA para o intervalo de 3,75% a 4,00%, com voto dividido. A decisão foi motivada pelo enfraquecimento do mercado de trabalho e incerteza causada pelo shutdown do governo, que suspendeu a divulgação de dados-chave como o relatório de emprego.

Apesar do corte, o presidente Jerome Powell indicou que novas reduções não estão garantidas em dezembro. O Fed também anunciou que irá pausar o programa de aperto quantitativo a partir de 1º de dezembro.

Balanços movimentam mercados globais

Empresas dos Estados Unidos, Europa e Ásia divulgam resultados nesta quinta. Destaque para a Apple, que apresenta o balanço do quarto trimestre fiscal após o fechamento. Amazon, Cloudflare e Reddit também divulgam números hoje.

No Brasil, a Vale reporta nesta noite o balanço do terceiro trimestre com expectativa positiva, impulsionada pelo melhor desempenho operacional em sete anos. Gerdau também está na lista.

Entre as estrangeiras, a Samsung anunciou lucro de US$ 8,5 bilhões no trimestre, com receita recorde de US$ 60,4 bilhões, puxada por vendas de chips de alta performance.

Já a Shell superou as previsões ao registrar lucro ajustado de US$ 5,43 bilhões e produção recorde no Brasil.

Mercado reage à trégua comercial

Após o anúncio de Trump e Xi, futuros do S&P 500 operavam estáveis, com ações da Nvidia subindo 3% no pré-mercado, apesar de o chip Blackwell não ter sido pauta do encontro.

O índice europeu Stoxx 600 registrava leve alta, enquanto o Topix japonês avançava 0,7% com manutenção da taxa pelo Banco do Japão.

O dólar apresentava leve alta frente ao iene, e o ouro subia 0,9% com busca por proteção.

Bolsas e ações

  • S&P 500 futuros: estável

  • Nasdaq 100 futuros: +0,1%

  • Dow Jones futuros: -0,1%

  • Stoxx 600 (Europa): +0,1%

  • Topix (Japão): +0,7%

  • Vale (VALE3): divulga balanço hoje com projeção de desempenho operacional recorde

  • Samsung: lucro acima do esperado impulsiona setor de semicondutores

  • Ambev (ABEV3): mercado monitora impacto de volume e câmbio

  • Nvidia (NVDA): +3% no pré-mercado após citação indireta no acordo EUA-China

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