IBOVESPA: índice teve maior queda em mais de um mês / Paulo Whitaker/Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2016 às 18h43.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h18.
Bolsa: maior queda em um mês
O Ibovespa teve sua maior queda em mais de um mês nesta quarta-feira e caiu 1,33%. Analistas atribuíram a baixa a diversos fatores como a realização de lucros e a queda do petróleo – que recuou quase 3%. Outro motivo citado foi a renegociação da dívida dos Estados com a União, que, apresar de aprovada pela Câmara, teve recuou por parte de governo em várias exigências – a última foi a concessão de reajustes salariais a servidores por dois anos. As exclusões do projeto foram vistas como um sinal de fraqueza do governo interino de Michel Temer e trouxe dúvidas aos mercado sobre a aprovação de reformas estruturais necessárias. Entre os destaques negativos, as ações ordinárias da mineradora Vale caíram 4,5% e os papéis ordinários da Petrobras, 3,8%.
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Cyrela decepciona
A construtora Cyrela também sofreu na bolsa e viu seus papéis caírem 4,1% nesta quarta-feira. A queda aconteceu após seu lucro despencar 62% no segundo trimestre, para 45 milhões de reais. O valor veio pior do que o esperado por analistas. A receita também recuou 43,7% para 641 milhões de reais.
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Gerdau em alta
As ações preferenciais da siderúrgica Gerdau subiram 3,8% e as da metalúrgica Gerdau 3% nesta quarta-feira. Os investidores se animaram após a siderúrgica, que controla a metalúrgica, apresentar um lucro de 184 milhões de reais no segundo trimestre – uma queda de 30,6% na comparação anual. Apesar da queda, o valor é bem maior que os 14 milhões de reais do primeiro trimestre deste ano e corroborou a visão de alguns analistas de que o pior momento da companhia já passou. Já na Metalúrgica Gerdau, o prejuízo foi de 35,6 milhões de reais no período, ante lucro de 31,4 milhões de reais no ano passado.
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Inadimplência na Riachuelo
A Guararapes, dona da varejista de roupas Riachuelo, viu seu lucro cair 51,4% no segundo trimestre, para 36,3 milhões de reais. Apesar de esforços em áreas operacionais e nas coleções de roupas, o resultado foi impactado por um crescimento na inadimplência. Já a receita líquida da companhia ficou em 1,46 bilhão de reais, alta de 10% e as vendas no critério “mesmas lojas” cresceram 1,5%. As ações da companhia terminaram o dia com alta de 0,10%.
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BTG no equilíbrio
Para o banco BTG Pactual, sua carteira de crédito chegou a um ponto de equilíbrio – após as quedas constantes desde o quarto trimestre do ano passado, quando seu antigo presidente, André Esteves, foi preso. A carteira de crédito expandida do banco somou 61,7 bilhões de reais no fim do segundo trimestre, cifra 14,8% menor do que o valor do primeiro trimestre do ano. O resultado apresentado na noite de terça-feira mostra que o banco teve um lucro de 940 milhões de reais de abril a junho, uma queda de 8,1% na comparação com o mesmo período de 2015.
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Positivo no azul
Para as ações da fabricante de computadores Positivo o dia foi de euforia, com uma alta de 36,8% em suas ações. A empresa apresentou um lucro de 12,6 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de 39,6 milhões de reais de abril a junho do ano passado. Sua receita subiu 24,8% para 564,5 milhões de reais com o aumento do preço de produtos. O faturamento da venda de celulares mais que dobrou no período, para 164,4 milhões de reais, enquanto o volume de computadores e tablets vendidos caiu.
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Vai sobrar pro consumidor…
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai apresentar em até duas semanas propostas para a realização de empréstimos a distribuidoras de energia da Eletrobras no Norte e Nordeste. O objetivo seria viabilizar essas operações deficitárias até que elas sejam privatizadas, o que deve acontecer até o fim de 2017. Os recursos viriam da Reserva Global de Reversão – fundo abastecido pela cobrança de encargos junto aos consumidores de eletricidade. A Aneel explicou que o custo dos empréstimos pode ser repassado às tarifas dos consumidores no ano que vem, por meio de um aumento de encargos na conta de luz.
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Inflação de 8,74%
A inflação medida pelo IPCA fechou julho com alta de 0,52%, ante os 0,35% de julho. A taxa acumulada nos 12 meses ficou em 8,74%, abaixo dos 8,84% dos 12 meses até junho deste ano, mas ainda muito acima do teto da meta do governo, de 6,5%. O preço dos alimentos voltou a subir, acelerando de 0,71% para 1,32%. A alta foi a mais acentuada para o mês desde 2000 e foi atribuída a problemas climáticos que afetaram as lavouras.