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Tombini faz mercado e economistas alinharem previsão para juros

“Os economistas e o mercado agora vão andar na mesma linha”, explicou um analista

Aumentou a confiança de que Alexandre Tombini conseguirá controlar a inflação (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Aumentou a confiança de que Alexandre Tombini conseguirá controlar a inflação (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 14h22.

Brasília e Nova York - As previsões de alta de juros de economistas e operadores do mercado futuro estão alinhando as previsões de alta dos juros depois de o Banco Central sinalizar que continuará a elevar a Selic para combater a inflação.

Os operadores apostam que o BC vai elevar a Selic para 12,81 por cento até o final do ano, enquanto a estimativa dos economistas está em 12,5 por cento. A diferença de 0,31 ponto percentual é a menor desde que Alexandre Tombini assumiu a presidência da instituição em 1º de janeiro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A convergência entre os dois grupos é resultado de um aumento da confiança de que Tombini vai conseguir trazer a inflação para a meta de 4,5 por cento no ano que vem. A alta nos preços das commodities está levando países emergentes, da China à Colômbia, a subir juros para conter o aumento dos preços ao consumidor.

“Os economistas e o mercado agora vão andar na mesma linha”, disse Ures Folchini, chefe de renda fixa do Banco WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Os agentes econômicos e o governo estão aprendendo a se comunicar. O cenário está mais claro.”

O prêmio de rendimentos entre as Notas do Tesouro Nacional série F, que são títulos prefixados, e as Notas do Tesouro Nacional série B, aqueles atrelados à inflação, diminuiu 31 pontos-base, ou 0,31 ponto percentual, no último mês para 6,24 por cento. Essa diferença mede as expectativas de investidores para a inflação nos próximos seis anos. O rendimento das NTN-F com vencimento em janeiro de 2017 caiu 20 pontos-base no período.

A inflação que se acelerou para 6,44 por cento nos 12 meses até meados de abril requer um ciclo “suficientemente prolongado” de alta de juros, segundo a ata da reunião do Comitê de Política Monetária dos dias 19 e 20 de abril divulgada semana passada.

Altas de juros

A divulgação da ata do Copom levou analistas a elevarem a estimativa mediana para a Selic no fim do ano em 0,25 ponto percentual, de acordo com a pesquisa do BC com cerca de 100 economistas feita em 29 de abril. Operadores reduziram suas apostas em 0,5 ponto percentual desde 9 de março. A diferença entre as projeções de economistas e operadores para os juros estava em 91 pontos-base em 14 de janeiro.

O Copom aumentou o juro básico em 25 pontos-base para 12 por cento em 20 de abril, após acréscimos de 50 pontos nas duas reuniões anteriores.

O BC deixou claro na ata que vai continuar a subir os juros “gradualmente”, disse Zeina Latif, economista da RBS Securities Inc. em São Paulo.

“Havia uma discussão de que o BC iria parar precocemente e teria que subir depois”, disse Latif em entrevista por telefone. “ Esse cenário não existe mais.”

A assessoria de imprensa do BC disse por e-mail que a instituição não comenta movimentos do mercado.

Alta de commodities

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo se acelerou para 6,59 por cento nos 12 meses até o fim de abril, de acordo com a estimativa mediana entre 30 economistas consultado pela Bloomberg. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulga o relatório em 6 de maio.

As autoridades precisam estar vigilantes diante do aumento global do petróleo e de outras commodities, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Os preços dos alimentos vão começar a cair com o fim do período de chuvas excessivas que afetou a safra e o Brasil certamente vai vencer a luta contra a inflação, disse Mantega.

Os preços das commodities saltaram 34 por cento nos últimos 12 meses, segundo o índice UBS Bloomberg CMCI de 26 matérias- primas.

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