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Títulos da JBS podem ser oportunidade após escândalo

Apesar dos problemas jurídicos que a JBS enfrentou três vezes nos últimos 12 meses, suas notas conseguiram se recuperar todas as vezes


	JBS: apesar dos problemas jurídicos que a empresa enfrentou três vezes nos últimos 12 meses, suas notas conseguiram se recuperar todas as vezes
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JBS: apesar dos problemas jurídicos que a empresa enfrentou três vezes nos últimos 12 meses, suas notas conseguiram se recuperar todas as vezes (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 16h10.

Os investidores em títulos estão punindo a JBS depois que a maior produtora de carne do mundo se viu envolvida em pelo menos três investigações nos últimos 12 meses.

Mas para a Maglan Capital e a Quesnell Capital, a queda pode ser uma das melhores oportunidades de gerar lucro rapidamente com os bonds da empresa.

Os US$ 7,1 bilhões em notas da JBS caíram 4 por cento desde segunda-feira, quando a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios da empresa controladora da JBS, a J&F Investimentos, como parte da investigação a supostas fraudes em fundos de pensões.

As notas da JBS também tinham caído em janeiro, quando o Ministério Público Federal denunciou o presidente do conselho da empresa, Joesley Batista, por crimes financeiros envolvendo uma série de empréstimos a empresas relacionadas.

Dois meses antes, o Tribunal de Contas da União informou que havia encontrado provas de que a JBS recebeu “tratamento privilegiado” por parte do BNDES e expandiu sua investigação.

Apesar dos problemas jurídicos aparentemente intermináveis da JBS, suas notas conseguiram se recuperar todas as vezes. A empresa driblou a recessão econômica do Brasil pelo fato de mais de 80 por cento de suas vendas serem geradas em dólares e incluírem as receitas da Pilgrim’s Pride, empresa produtora de aves dos EUA controlada pela companhia brasileira.

A JBS atualmente mantém operações relevantes em quatro continentes, o que faz dela uma das maiores empresas de alimentos do mundo.

“Há ativos valiosos por trás de todas essas empresas -- elas são gigantes”, disse David Tawil, cofundador do hedge fund Maglan Capital, com sede em Nova York.

“Não vejo nada particularmente alarmante, em uma base relativa, nessa investigação. E com relação ao seu setor, a JBS é grande demais para ir à falência. Trata-se da maior processadora de carne do mundo”.

A PF efetuou buscas nos escritórios da J&F Investimentos e da produtora de papel e celulose Eldorado Brasil Celulose na manhã de segunda-feira, segundo um assessor de imprensa.

Foi a segunda busca efetuada na Eldorado desde junho, quando a empresa vendeu títulos pela primeira vez.

Em um comunicado, a J&F afirmou que dois dos maiores fundos de pensão do Brasil investiram R$ 550 milhões (US$ 171 milhões) na Eldorado em 2009 e possuíam uma participação avaliada em R$ 3 bilhões em dezembro de 2015.

Wesley Batista, presidente da JBS, acompanhou a polícia para prestar depoimento para a investigação após a busca, disse a assessoria de imprensa da empresa. O irmão dele, Joesley Batista, estava fora do país, acrescentou a assessoria.

O valor de mercado dos títulos negociados pela JBS e pela Eldorado caiu US$ 317 milhões desde segunda-feira, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“A forte queda no mercado parece estar criando uma oportunidade interessante”, disse Ian McCall, gestor de recursos da Quesnell, cujo fundo mostra desempenho superior ao de 91 por cento de seus pares nos últimos 30 dias.

“Acredito que vão sobreviver com a queda dos preços de seus títulos e isso é algo animador e interessante do ponto de vista do investidor”.

Ele disse que adquiriu títulos da Eldorado durante a queda e que está procurando comprar mais. No caso da JBS, McCall disse que está acompanhando a “situação de perto com a intenção de agir”.

“São duas empresas muito grandes, atores importantes em seus respectivos mercados, que têm um poder de permanência que vai além de qualquer multa que elas possam enfrentar por supostas más condutas”, disse ele.

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