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Título da Gerdau supera Usiminas com alta em reserva de minério

Bônus da Gerdau com vencimento em 2020 caiu 16 pontos-base no último mês; os da Usiminas subiram 8 pontos-base

Fábrica da Gerdau: empresa se beneficia da alta de 21% no preço do minério (MIRIAN FICHTNER/VEJA)

Fábrica da Gerdau: empresa se beneficia da alta de 21% no preço do minério (MIRIAN FICHTNER/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 09h28.

Nova York - A Gerdau SA, maior siderúrgica do País, está superando a rival Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA no mercado de títulos internacionais pela maior margem em cinco meses, após a empresa sediada em Porto Alegre ter aumentado as reservas de minério de ferro em 61 por cento.

O rendimento dos bônus em dólar da Gerdau com vencimento em 2020 caiu 16 pontos-base no último mês, enquanto a taxa dos papéis da Usiminas de prazo similar subiu 8 pontos-base, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O custo de financiamento para empresas de mercados emergentes recuou 13 pontos-base, ou 0,13 ponto percentual, no mesmo período, de acordo com o Índice CEMBI do JPMorgan Chase & Co.

A Gerdau se beneficia do salto de 21 por cento no preço do minério de ferro no último ano. A empresa afirmou em 3 de março que suas reservas da matéria-prima para fabricação de aço aumentaram de 1,8 bilhão para 2,9 bilhões de toneladas. Em 16 de fevereiro, a tonelada do minério de ferro chegou a US$ 191,9, maior cotação em 27 meses, e caiu 14 por cento desde então em meio às manifestações no Oriente Médio e as preocupações de que a demanda diminua por causa do terremoto no Japão. A Gerdau pode lucrar com o aumento da demanda por material de construção quando o país asiático começar o processo de reconstrução, segundo a Jefferies & Co.

“É possível que o mercado não avalie adequadamente esses ativos, e um dia o mercado acorda e se dá conta de que foi criado valor e que isso precisa ser levado em conta”, disse Bevan Rosenbloom, estrategista de dívida corporativa da RBS Securities Inc. em Stamford, no Estado americano de Connecticut, numa entrevista por telefone. “Os investidores estão precificando as novas reservas.”

Recomendação de ‘compra’

Os títulos da Gerdau deram retorno de 1,7 por cento no último mês, enquanto os da Usiminas renderam 0,2 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.


As reservas de 2,9 bilhões de toneladas de minério de ferro da Gerdau podem valer US$ 3,6 bilhões, com base num preço de longo prazo de US$ 65, disseram os analistas do UBS AG em Londres incluindo Rene Kleyweg e Marcelo Zilberberg, num relatório divulgado ontem. O UBS também melhorou a recomendação para os American Depositary Receits da Gerdau de “neutra” para “comprar”. Anteriormente, a Gerdau estimava que as reservas estavam em 1,8 bilhão de toneladas.

O ADR da Gerdau negociado nos Estados Unidos teve alta de 1,6 por cento ontem, para US$ 13,47.

A companhia pode estabelecer uma parceria estratégica para a área de minério de ferro ou criar uma empresa separada, disse André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente da siderúrgica, numa teleconferência com jornalistas em 3 de março. A Gerdau não planeja vender as reservas e vai estudar como monetizá-las, disse ele.

‘Positivo’

Uma assessora de imprensa da Gerdau disse que não poderia fazer comentários imediatos quando procurada pela reportagem. Um assessor de imprensa da Usiminas se recusou a comentar.

“À medida que a Gerdau aumenta suas reservas de minério de ferro, também deve reduzir sua exposição a custos voláteis de insumos, o que é positivo do ponto de vista do credor”, disse Christopher Buck, analista de dívida corporativa do Barclays Plc em Nova York, numa entrevista por telefone. “Reservas maiores podem permitir que a Gerdau atraia capital adicional e busque acordos para ajudar a compensar o custo de desenvolvimento da mina.”

Os títulos da Gerdau estão se beneficiando de especulações de que a empresa pode comprar a Usiminas, disse Vinicius Pasquarelli, operador de dívida de mercados emergentes da Tradition Asiel Securities Inc., uma unidade da corretora de corretoras Compagnie Financiere Tradition SA, de Lausanne, na Suíça.

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