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Titãs de fundos apostam em ganhos de outras moedas contra dólar

O dólar perde força à medida que as taxas de juros dos EUA se aproximam de um pico e o aperto monetário agressivo do Federal Reserve

Dólar: Diante desse cenário, investidores apostam em quais moedas vão ganhar com a queda do dólar (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: Diante desse cenário, investidores apostam em quais moedas vão ganhar com a queda do dólar (Gary Cameron/Reuters)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 13 de julho de 2023 às 10h11.

O dólar desafiou as previsões de uma queda prolongada desde pelo menos o início do ano, mas os principais gestores de fundos dizem que a moeda já está na prorrogação, em meio ao enfraquecimento do excepcionalismo americano.

O dólar perde força à medida que as taxas de juros dos EUA se aproximam de um pico e o aperto monetário agressivo do Federal Reserve começa a surtir efeito na maior economia do mundo, dizem os investidores. Esse cenário vai preparar o terreno para o fortalecimento de moedas como o iene, o kiwi e moedas de mercados emergentes, como o real e o peso colombiano, de acordo com AllianceBernstein e UBS Asset Management.

A resiliência do dólar confundiu os pessimistas, segundo os quais a moeda caminhava para um declínio de vários anos após o salto em 2022. Mas há uma convicção crescente de que finalmente podem estar certos, já que a redução da inflação reforça a tese para o banco central dos EUA encerrar sua campanha de aumento de juros nos próximos meses.

“De modo geral, provavelmente assumiríamos que o dólar atingiu seu pico e pode haver espaço para outras moedas terem um desempenho melhor na segunda metade de 2023-2024”, disse Brad Gibson, codiretor de renda fixa para Ásia-Pacífico na AB. Isso porque a economia dos EUA tende a se desacelerar e o Fed provavelmente começará a afrouxar a política, afirmou.

A reação aos dados de alívio da inflação dos EUA na quarta-feira parece justificar a maré de previsões baixistas para o dólar. O índice Bloomberg Dollar Spot recuou para uma mínima de 15 meses, com o indicador agora em queda de mais de 11% em relação à máxima de setembro.

Os hedge funds já se preparavam para essa baixa, ao se tornarem vendedores líquidos de dólar pela primeira vez desde março, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities agregados pela Bloomberg.

Diante desse cenário, investidores apostam em quais moedas vão ganhar com a queda do dólar. O iene é visto como o principal beneficiário, e os que apostam na alta veem catalisadores em fatores como o receio de uma recessão nos EUA, a redução dos diferenciais de rendimento e a expectativa de que o Banco do Japão possa ajustar sua política ultrafrouxa nos próximos meses.

Dólar mais fraco

Todas as moedas do G10 se fortaleceram em relação ao dólar nos últimos 30 dias. O iene subiu 4% nas últimas cinco sessões, o franco suíço avançou para o nível mais forte desde 2015, enquanto o euro e a libra atingiram a maior cotação em mais de um ano.

Moedas de mercado emergentes também deram um salto: o indicador MSCI desses ativos mostra alta de 2% este ano, após cair 4% em 2022.

Para Shamaila Khan, do UBS Asset, as moedas latino-americanas, incluindo as do Brasil, México, Chile e Colômbia, provavelmente terão melhor desempenho. Todas se fortaleceram em relação ao dólar este ano. O peso colombiano mostra ganho de 18% em relação ao dólar.

“Gostamos delas devido ao alto rendimento e ‘carry’ de dois dígitos que oferecem”, disse Khan, chefe de renda fixa em Nova York para mercados emergentes e Ásia-Pacífico da gestora de ativos de US$ 1,1 trilhão. “Esperamos um dólar mais fraco no segundo semestre.”

Christian Abuide, de Lombard Odier, também vê o real valorizado, juntamente com o franco suíço, o euro e o iene.

“Preferimos o alto rendimento de ‘carry’ oferecido por mercados emergentes como o real, que está se beneficiando de um ambiente de queda da inflação e melhoria dos saldos fiscais e externos”, escreveu Abuide, chefe de alocação de ativos, em relatório recente.

Outros estão menos certos de que o dólar possa perder terreno.

“Não temos assumido muitos riscos” em câmbio, disse Brendan Murphy, gestor de ativos da Insight Investment, que administra mais de US$ 880 bilhões. “Você ainda tem essas taxas reais altas e crescentes, e preocupações com o crescimento global. E os EUA – em uma base relativa – estão realmente se saindo melhor do que, digamos, a Europa ou a China.”

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