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TIM, Natura e Magalu: as 10 maiores altas e baixas do Ibovespa em novembro

Índice registra o 5º fechamento consecutivo de perdas e recua mais de 14% no acumulado do ano

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 30 de novembro de 2021 às 20h32.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou em novembro seu quinto mês consecutivo de perdas, uma queda de 1,58%. No ano, o índice acumula queda de 14,4%.

A princípio, o mês parecia ser de recuperação para o Ibovespa, com a possível aprovação da PEC dos Precatórios animando os investidores. Os ventos positivos, no entanto, foram derrubados por dois fatores externos: o início da retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos e a chegada da variante Ômicron

O resultado da turbulência foi que 60% das 89 ações que compõem o índice fecharam o mês em baixa, segundo levantamento da plataforma de informações financeiras Economatica feito a pedido da EXAME Invest

Natura na lanterna

A safra de balanços do terceiro trimestre de 2021 -- cuja divulgação terminou há duas semanas -- também influenciou no resultado. Foi o caso da maior queda do mês, dos papéis da Natura (NTCO3), que caíram 31,39% em novembro. O resultado da empresa pegou os investidores de surpresa, com o lucro líquido encolhendo 28,5% e o Ebitda caindo 34,5%. A reação do mercado foi imediata e os papéis caíram mais de 17% no pregão seguinte à divulgação.

As 10 maiores quedas de novembro

NomeCódigo

Retorno em novembro (%)

Retorno em 2021 (%)

1

NaturaNTCO3

-31,39

-49,16

2

LocawebLWSA3

-27,92

-34,44

3

Magazine LuizaMGLU3

-27,84

-68,71

4

Assai**ASAI3

-16,61

-

5

Banco PanBPAN4

-15,27

18,20

6

BRFBRFS3

-14,98

-10,39

7

Rede D'OrRDOR3

-14,97

-25,09

8

CVCCVCB3

-14,72

-31,16

9

PetroRioPRIO3

-13,55

44,54

10

WegWEGE3

-12,89

-13,99

*Fonte: Economatica
**Ações do Assai começaram a ser negociadas em março e acumulam queda de 10,36% no período

A Magazine Luiza (MGLU3) também foi penalizada após o balanço decepcionar. A varejista apresentou lucro de 22,6 milhões de reais, o que mostra uma queda de 90% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Nos dois casos a dificuldade vem do cenário macroeconômico com a elevação da inflação e da taxa de juros, limitando os ganhos.

A expectativa atual do mercado é de que a inflação fique em dois dígitos em 2021, indo a 10,15%, e atinja o teto da meta de 5% em 2022. Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 4,78% este ano e apenas 0,58% no próximo, com alguns economistas já prevendo um cenário de retração.

 

Já a Locaweb (LWSA3) apresentou um lucro no terceiro trimestre de 25,6 milhões de reais, quase o dobro do resultado registrado um ano antes. Ainda assim, a ação caiu junto com o setor de tecnologia, que é um dos que mais sofrem em um cenário de alta das taxas de juros. Essas companhias tendem a sofrer uma forte correção nos preços em cenários de Selic elevada porque os juros do crédito usado para expansão ficam mais altos.  

Tim lidera as altas

Na ponta oposta, o papel de maior destaque no mês foi o da TIM (TIMS3), que registrou um lucro 21% maior no terceiro trimestre de 2021 em relação ao ano anterior. Além disso, a operadora de telefonia arrematou um dos três principais lotes do leilão do 5G realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os outros dois lotes na faixa de 3,5 GHz (gigahertz) ficaram com as concorrentes Claro, que está fora da bolsa, e Telefônica Brasil (VIVT4), que opera com a marca Vivo. 

As 10 maiores altas de novembro

NomeCódigo

Retorno em novembro (%)

Retorno em 2021 (%)

1

TimTIMS3

22,99

-4,25

2

LocamericaLCAM3

17,44

-20,01

3

DexcoDXCO3

16,25

-3,55

4

EnergisaENGI11

14,82

-9,64

5

SuzanoSUZB3

14,08

-4,07

6

Banco do BrasilBBAS3

13,26

-12,07

7

Lojas AmericanasLAME4

13,25

-49,24

8

LocalizaRENT3

12,83

-25,48

9

UltraparUGPA3

10,57

-36,98

10

Telefônica BrasilVIVT3

10,48

13,48

*Fonte: Economatica

As ações da Telefônica Brasil também se beneficiaram do leilão e ficaram entre as 10 maiores altas do mês. A TIM, no entanto, contou com um impulso extra para garantir o lugar de maior alta do mês: a disputa pela aquisição de sua controladora.   

A Telecom Italia, controladora da Tim no Brasil, recebeu uma proposta de aquisição do fundo norte-americano KKR, que avaliou o antigo monopólio telefônico da Itália em 10,8 bilhões de euros. 

Se o negócio for concretizado, é possível que a TIM Brasil seja colocada à venda, o que pode mexer com o preço das ações. Além disso, a operação pode destravar valor para os papéis. “A oferta está avaliando a Telecom Italia em torno de 6 vezes o múltiplo EV/Ebitda e a TIM Brasil está sendo negociada a 3,9 vezes o mesmo múltiplo. Isso implica um preço para TIM em torno de 21,5 por ação, o que daria um potencial de alta (upside) de quase 60%”, afirma Temporini. 

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