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TikTok nos EUA: Oracle e investidores assumem operação em acordo para evitar banimento

Acordo preliminar prevê criação de versão americana do aplicativo e redução da fatia da ByteDance para menos de 20%

TikTok: avaliado em até US$ 40 bilhões nos EUA, app soma 170 milhões de usuários americanos (Matt Cardy/Getty Images)

TikTok: avaliado em até US$ 40 bilhões nos EUA, app soma 170 milhões de usuários americanos (Matt Cardy/Getty Images)

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 07h12.

As operações do TikTok nos Estados Unidos serão adquiridas por um consórcio formado pela Oracle, pela gestora Silver Lake e pela venture capital Andreessen Horowitz, segundo acordo em discussão entre Washington e Pequim. O presidente Donald Trump deve tratar do tema diretamente com o presidente chinês, Xi Jinping, ainda nesta semana.

De acordo com informações da agência Bloomberg, o entendimento preliminar foi anunciado na segunda-feira, 15, após dois dias de negociações em Madri entre autoridades americanas e chinesas. O plano prevê a criação de uma versão do aplicativo baseada nos EUA, com participação acionária de Oracle, Silver Lake e Andreessen.

O arranjo busca atender a exigências legais aprovadas em 2024, que obrigam a chinesa ByteDance a reduzir sua fatia no TikTok para menos de 20%, sob pena de banimento do mercado americano. A companhia, avaliada em US$ 400 bilhões, controla o app que soma cerca de 170 milhões de usuários nos EUA.

Pelos termos da proposta, os usuários migrariam para uma nova plataforma, construída com base nos mesmos algoritmos de recomendação. A ByteDance deverá licenciar a tecnologia por trás do sistema, informou um porta-voz chinês à agência Bloomberg.

No lado americano, a Oracle seguirá fornecendo serviços de nuvem, dentro da parceria já existente no chamado Project Texas, que garante o armazenamento local dos dados de usuários. A divisão do TikTok nos EUA é avaliada entre US$ 35 bilhões e US$ 40 bilhões.

O acordo do TikTok

Ainda não está definido quanto cada investidor terá no novo negócio. Oracle, por exemplo, deve deter apenas uma fatia minoritária. As ações da companhia chegaram a subir 5,9% em Nova York na terça-feira, mas perderam força ao longo do pregão. No acumulado de 2025, os papéis avançam 84%, impulsionados pela área de infraestrutura em nuvem.

O plano prevê que novos investidores externos detenham 50% do TikTok nos EUA, enquanto acionistas já presentes fiquem com cerca de 30%. Assim, a ByteDance teria participação inferior a 20%.

A proposta segue modelo que chegou a ser negociado no início do ano, mas que foi travado após a China reagir a tarifas impostas por Trump. O futuro do TikTok acabou atrelado às negociações comerciais entre Washington e Pequim.

Na terça-feira, Trump afirmou ter fechado um “acordo sobre o TikTok” com os chineses, mas evitou citar os nomes das empresas envolvidas. Segundo ele, a conversa com Xi Jinping será nesta sexta-feira, durante visita de Estado ao Reino Unido.

O prazo para ByteDance vender suas operações nos EUA foi novamente prorrogado pelo governo americano, desta vez até 16 de dezembro — a quarta extensão desde janeiro. O Tesouro americano afirmou que o acordo contém salvaguardas para a segurança nacional dos EUA e, ao mesmo tempo, atende a interesses chineses.

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