Paulo Valle, subsecretário do Tesouro, quer emissões com vencimento em abril e outubro (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 07h55.
Brasília - O Tesouro Nacional vai redistribuir os vencimentos da dívida interna depois de um compromisso recorde, em janeiro, ter consumido R$ 77 bilhões do seu colchão de liquidez. Em janeiro, o custo de financiamento do País alcançou o maior nível dos últimos oito meses.
O subsecretário do Tesouro, Paulo Valle, disse que o plano é emitir mais papéis prefixados com vencimento em abril e outubro para reduzir a concentração nos meses de janeiro e julho. Quase metade dos R$ 424 bilhões de dívida que vencem este ano e aproximadamente 90 por cento dos prefixados têm resgate em janeiro ou julho.
“Queremos evitar um mês com vencimentos demais e outros com muito pouco”, disse Valle em entrevista ontem.
Em janeiro, o Tesouro emitiu títulos para rolar apenas 30 por cento da dívida, o menor índice em 30 meses. Com a inflação mais acelerada, a taxa da Nota do Tesouro Nacional série F saltou 136 pontos-base ou 1,36 ponto percentual, desde meados de outubro para 12,8 por cento ao ano. O rendimento de títulos mexicanos com prazo semelhante aumentou 89 pontos nesse período e a taxa dos papéis do Tesouro americano elevou-se 84 pontos.
Com o desembolso realizado em janeiro, o colchão de liquidez para pagamentos da dívida caiu de 6 meses em novembro para 5 meses.
Para Valle, economista de 47 anos que trabalha no Tesouro desde 1992, a “estratégia prudencial” é manter em caixa no mínimo o equivalente a três meses de dívida.