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Tesouro fará leilões extraordinários de NTN-F até o fim do mês

Para a próxima semana, serão mantidas as ofertas diárias de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional - Série F

Reais: a NTN-F é um título pre-fixado que paga cupom semestral (fredcardoso/Thinkstock)

Reais: a NTN-F é um título pre-fixado que paga cupom semestral (fredcardoso/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 8 de junho de 2018 às 17h58.

Brasília - O Tesouro Nacional continuará atuando nos mercados, por meio de leilões extraordinários de compra e compra e venda títulos públicos, até o final deste mês para tentar buscar o equilíbrio das taxas de juros novamente.

Para a próxima semana, serão mantidas as ofertas diárias de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional - Série F, tendo sido cancelados os leilões tradicionais já agendados no período. A partir, será avaliado se a estratégia de leilões dários será mantida ou não até o fim de junho.

"Se no futuro for necessário fazer leilões maiores, o Tesouro o fará", afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

O Tesouro tem feito leilões de compra diários de até 1,5 milhão de NTN-F com vencimentos até 2029 e, mais recentemente, de venda de até 300 mil NTN-Fs. A NTN-F é um título pre-fixado, que paga cupom semestral.

Os mercados de ações, câmbio e juros pioraram após a greve dos caminhoneiros elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo, além da saída de Pedro Parente da chefia da Petrobras.

Além disso, pesquisas eleitorais têm mostrado dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

Assim, as taxas dos DIs dispararam nas últimas semanas, levando inclusive a uma reprecificação das apostas sobre o comportamento da taxa básica de juros, com apostas majoritárias de que o Banco Central terá de elevá-la agora.

Mansueto, no entanto, não corroborou a visão de que a cena política justificaria a atual turbulência nos mercados, citando que tem ouvido de economistas de bancos que eles estariam "surpresos" com a atual volatilidade.

O Tesouro tem dito que possui caixa para continuar cumprindo suas obrigações e, assim, não existe pressão para emissões.

O subsecretário da dívida pública do Tesouro, José Franco, disse que ainda não existe necessidade de mudar os parâmetros do Plano Anual de Financiamento (PAF), de um intervalo de 3,78 trilhões a 3,98 trilhões de reais para o estoque da dívida pública total neste ano.

"Mas se precisar mudar, não terá problema algum", acrescentou ele.

Os técnicos do Tesouro também saíram a campo para defender as condições fiscais do Brasil, argumentando que o risco fiscal do país hoje é menor do que no início do ano.

"Não aumentou o risco fiscal, o risco ao cumprimento da meta", afirmou Mansueto, acrescentando que resultados primários melhores que o esperado entre janeiro e abril abriram espaço para concessão dos subsídios para reduzir os preços do diesel. "A gente tem instrumentos para cumprir com a meta e fazer frente a possíveis riscos fiscais."

Segundo ele, esperava-se déficit primário de 27 bilhões de reais entre janeiro e abril para governo central, mas o rombo acabou ficando em 5 bilhões de reais, o que abriu espaço para ajudar a acomodar os subsídios dados pelo governo para reduzir os preços do diesel após os 11 dias de greve dos caminhoneiros,em maio.

O secretário disse ainda que entrarão como receita primária 4 bilhões de reais vindos da extinção do Fundo Soberano, após venda de ações do Banco do Brasil; serão 3,5 bilhões de reais em maio e 500 milhões de reais em junho.

"Ainda temos bloqueios orçamentários e financeiros", afirmou ele, acrescentando que, se acontecer algo novo, estes instrumentos podem ser usados.

O secretário disse ainda que o Tesouro e o BNDES já estão conversando para criar um cronograma de pagamento da dívida do banco de fomento para os próximos anos, com a ideia de haver pagamentos anuais.

Neste ano, o BNDES vai antecipar a devolução de 130 bilhões de reais ao Tesouro, o que ajudará o país a se enquadrar na regra de ouro, que impede emissão de dívida para financiamento de despesas correntes.

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