Volatilidade: sobe e desce ocorre mesmo após presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tentar acalmar o mercado e mostrar que tem instrumentos para agir (Luciano Marques/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de junho de 2018 às 13h43.
São Paulo - O estresse do mercado não afetou só o dólar, mas também as taxas dos títulos públicos. O Tesouro Direto, programa do governo federal de compra e venda de títulos, foi suspenso na manhã desta sexta-feira, 8. De acordo com o comunicado, a suspensão, iniciada às 9h40, seguiria até o meio-dia e ocorre devido à volatilidade nas taxas de juros públicos.
Este é o quinto dia em que ocorre suspensão nas negociações.
O sobe e desce ocorre mesmo após presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tentar acalmar o mercado e mostrar que tem instrumentos para agir, em meio a críticas sobre a atuação no câmbio. A autoridade monetária vai oferecer US$ 20 bilhões até o fim da semana que vem para dar liquidez ao mercado de câmbio.
O alívio no mercado de juros, diretamente ligado ao Tesouro, não durou nem até o final da manhã e os juros futuros disparam, do mesmo modo em que a Bolsa também exibe mau humor, ainda que o dólar opere em baixa. Segundo um operador de renda fixa, a aversão a risco volta a predominar.
Com mais risco e mais volatilidade, o Tesouro trava. A suspensão das operações do Tesouro Direto, de venda de títulos pela internet, visa garantir transações a taxas justas e alinhadas às praticadas no mercado secundário. De acordo com o Tesouro, o atraso na abertura das negociações protege o investidor da volatilidade.
O Tesouro informa que as taxas dos títulos oferecidos no Tesouro Direto são normalmente atualizadas três vezes ao dia, quando não há volatilidade do mercado. Essa frequência de atualização é suficiente para permitir o funcionamento estável do programa a preços condizentes aos de mercado.
Títulos públicos são ativos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional para financiar a dívida pública do País. Há diferentes tipos de título: os prefixados, os atrelados à inflação e os atrelados à taxa Selic.
Ao comprar um título público, é como se o investidor estivesse emprestando dinheiro ao governo - e recebendo juros por isso. Com a tensão nos mercados, essas taxas flutuam, como ocorreu de maneira mais expressiva na quinta-feira.
A marcação a mercado é a atualização, normalmente diária, do preço de um ativo de renda fixa ou da cota de um fundo de investimento. Esse mecanismo permite que o investidor saiba quanto receberia hoje se vendesse aquele título ou aquela cota. Ou seja, com base na oferta e demanda por aquele papel, quanto o mercado está disposto a pagar por ele.