Redação Exame
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 07h47.
A Tesla (TSLA) aprovou um novo plano de remuneração para seu CEO, Elon Musk, com a concessão de 96 milhões de ações, avaliadas em cerca de US$ 29 bilhões (cerca de R$ 160,9 bilhões, na cotação atual). A decisão acontece em um momento delicado para a empresa, que enfrenta disputas legais sobre acordos anteriores e passa por uma mudança relevante em sua estratégia de longo prazo.
O novo pacote surge após a anulação, por decisão judicial, do plano de remuneração firmado em 2018, que previa ganhos de mais de US$ 50 bilhões e foi considerado desfavorável aos acionistas devido à forma como foi aprovado. Musk recorreu da decisão no início do ano e segue contestando os fundamentos legais da anulação.
Segundo comunicado recente, o conselho da Tesla criou um comitê especial para avaliar alternativas de remuneração envolvendo o CEO, o que resultou na nova proposta. O plano prevê que Musk adquira as ações ao preço de US$ 23,34 cada, o mesmo valor estabelecido no acordo anterior.
O objetivo da companhia é garantir o engajamento de Musk com o futuro da Tesla, mesmo diante de sua atuação em múltiplas frentes empresariais. O pacote também tem efeito prático sobre o poder de voto do CEO, aumentando gradualmente sua influência nas decisões estratégicas da empresa.
A nova proposta coincide com uma guinada no posicionamento da companhia. Em vez de priorizar veículos elétricos populares, a Tesla tem direcionado esforços para o desenvolvimento de robotáxis e robôs humanoides, sinalizando sua transformação de montadora em empresa de tecnologia e automação.
Musk, que atualmente detém cerca de 13% das ações da Tesla, defende publicamente que sua continuidade à frente da empresa está condicionada ao controle acionário necessário para executar a nova visão de longo prazo.
A divulgação do plano repercutiu positivamente no mercado. As ações da Tesla registraram alta superior a 2% nas negociações prévias à abertura do pregão.