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Ternium assume controle da Usiminas por R$ 687 milhões para fortalecer operação

Compra de 10% das ações ordinárias encerra gestão conjunta e tumultuada em sociedade com Nippon Steel

Usiminas: novo acordo melhora governança, diz empresa (Alexandre Mota/Reuters)

Usiminas: novo acordo melhora governança, diz empresa (Alexandre Mota/Reuters)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 30 de março de 2023 às 09h08.

A Ternium vai ganhar mais relevância na Usiminas (USIM5) e assumir o controle da companhia. A companhia siderúrgica sediada em Luxemburgo fez um acordo com a sócia Nippon Steel (NSC) para ter maior participação na empresa brasileira. Para isso, vai pagar R$ 687 milhões por ações detidas pela NSC.

As duas vinham gerindo a Usiminas como um grupo de controle, em conjunto com a Previdência Usiminas (PU). Mas era uma gestão conturbada. "Nesse sentido, ambas as partes compartilham a percepção e concordam que uma nova estrutura de governança em que a Ternium, por ter uma extensa rede de negócios na América Latina, tenha um papel mais importante beneficiaria os interesses de todos os stakeholders da Usiminas", diz o comunicado.

Após o fechamento da operação, a Ternium passará a deter uma participação relativa de 61,3% das ações vinculadas, enquanto a NSC e a PU passarão a deter 31,7% e 7,1%, respectivamente. Em relação ao total de ações ordinárias de emissão da Usiminas, a NSC passará a deter 22,8% e a Ternium vai ter 49,5%.

Com esse desenho, ainda dependente da aprovação do Cade, a Ternium poderá indicar mais nomes ao conselho de administração da Usiminas, além de escolher o diretor executivo e outros quatro membros da diretoria. Já a NSC vai inciar um nome ao conselho, que deverá ser eleito o presidente.

"As decisões ordinárias nas reuniões prévias das partes do novo acordo de acionistas poderão ser aprovadas com o voto favorável de titulares de 55% das ações vinculadas", explica o documento. Nada muda em relação a direito de voto e obrigações para as ações vinculativas de posse da PU.

Ternium pode tentar aumentar participação

Substituindo mecanismos de saída anteriormente estabelecidos, o novo acordo prevê que, a qualquer momento após o
segundo aniversário do fechamento da operação, a Ternium passa a ter direito de comprar as ações vinculativas remanescentes da NSC, que correspondem a 153,1 milhões das ações ordinárias. Essa compra poderá ser pelo maior preço entre R$ 10 por ação e a média da cotação na Bolsa nos últimos 40 pregões.

A NSC também pode optar pela venda desses papéis a R$ 10 para a Ternium ou ir, a qualquer momento, ao mercado e vendê-los na Bolsa, assim como já estabele o acordo para a PU.

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