Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Joshua Roberts/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 20 de setembro de 2022 às 07h31.
Última atualização em 20 de setembro de 2022 às 08h11.
O mercado internacional volta a indicar maior cautela na manhã desta terça-feira, 20, véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). Bolsas de valores caem no exterior e o dólar opera em leve alta contra moedas desenvolvidas e emergentes.
A um dia do anúncio do Fomc, as expectativas são bem diferentes daquelas de dois meses atrás, quando a desaceleração da alta de juros era vista como o cenário mais provável. Mas dados de Inflação mais fortes que o esperado, a resiliência do mercado de trabalho e declarações duras membros do Fed reduziram a 0% a probabilidade de uma alta mais branda na decisão de amanhã, 21.
Investidores precificam nesta manhã 80% de chance de o Fed repitir a dose de mais 0,75 ponto percentual de alta, segundo monitor do CME Group, levando o juro para o intervalo entre 3% e 3,25%. Já os 20% de chance restantes estão em uma alta ainda mais agressiva, de 1 p.p. para entre 3,25% e 3,5%.
Os efeitos da política monetária não são instantâneos, mas as próprias preocupações sobre contração da economia americana por juros mais altos já têm provocado efeitos em algumas das maiores empresas do país. Após o alarde de varejistas, como Target e Walmart, ainda na temporada de resultados do segundo semestre, na semana passada foi a vez da FedEx emitir o alerta. A companhia anúnciou uma série de corte de custos por temores de desaceleração da demanda, o que provocou uma onda de pessimismo no mercado no fim da última semana.
A esperança de um pouso suave da economia americana, com altas de juros brandas e uma rápida queda da inflação, tem sido algo cada vez mais raro entre investidores diante do cenário atual.
Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):
No Brasil, onde juros começaram a subir cerca de um ano antes, o Copom inicia nesta terça a reunião que pode sacramentar o fim do ciclo de alta. A expectativa para a decisão desta quarta é de que a Selic mantenha-se inalterada em 13,75%, interrompendo a sequência de ajustes após 12 reuniões.
O que coloca uma pulga atrás da orelha são as recentes declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ele, uma alta final, com a Selic indo a 14%, ainda estaria em discussão.
Enquanto o mercado brasileiro vira a página da Selic, o cenário eleitoral começa a ganhar espaço nas mesas de negociação. Na véspera, o apoio do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebida como um sinal de quem um futuro governo petista seria responsável do ponto de vista fiscal.
Vale lembrar que Meirelles, junto com o então presidente Michel Temer, foram os financiadores do teto de gastos. O Ibovespa saltou mais de 2% na segunda-feira, 19, enquanto bolsas americanas subiram menos de 1%.
A CVC (CVCB3) realizou uma proposta para aquisição das operações no Brasil e Portugal do Grupo Oner Travel. A empresa é voltada para empreendedores digitais e comercializa passagens aéreas e hospedagens. A proposta concede à CVC o direito de exclusividade nas negociações por 60 dias. O valor da aquisição, segundo a CVC, ainda depende das análises que serão feitas durante o período.
"Esta possível aquisição possibilitará a adição de canais de distribuição até então não operados pela companhia, bem como agregaria forte cultura digital e de tecnologia", afirmou a CVC em comunicado.
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