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Tensão nas bolsas, pressões de margens, Camil e o que mais move o mercado

Temores de inflação e alta de juros voltam a assombrar mercados internacionais, após maior queda do S&P 500 desde 2020

Economy Concept image of financial impact by viruses such as pneumonia, influenza, coronavirus, The concept shows the economic downturn. (Pramote Polyamate/Getty Images)

Economy Concept image of financial impact by viruses such as pneumonia, influenza, coronavirus, The concept shows the economic downturn. (Pramote Polyamate/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de maio de 2022 às 07h23.

Última atualização em 19 de maio de 2022 às 07h46.

O intenso movimento de vendas de ações continua no mercado internacional na manhã desta quinta-feira, 19, após bolsas do mundo inteiro terem registrado perdas significativas no último pregão. O S&P 500, principal índice de Wall Street, cai mais de 1% no mercado de futuros, após ter desabado 4,04% na véspera em sua maior queda desde junho de 2020. O índice Nasdaq, mais sensível aos temores de inflação e alta de juros, desmoronou 4,73% e já cai mais de 1,5% nesta quinta. Na Europa, as perdas superam 2%.

Parte do pessimismo deriva de sinalizações sobre pressões de margens de varejistas americanas. As ações da Target, uma das principais companhias do setor nos Estados Unidos, despencaram 25% no último pregão. A desvalorização ocorreu após o lucro cair 52% pressionado pelo aumento de despesas, com a inflação, custos trabalhistas e problemas na cadeia de fornecimento.

Na última quarta, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen admitiu que as perspectivas para a economia global são "desafiadoras e incertas". No mercado, os principais bancos de investimentos já alertam para o alto risco de recessão nos Estados Unidos e na Europa -- alimentando ainda mais os temores de uma possível estagflação mundial.

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  • Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

    • Hang Seng (Hong Kong): - 2,54%
    • SSE Composite (Xangai): + 0,36%
    • FTSE 100 (Londres): - 2,47%
    • DAX (Frankfurt): - 2,05%
    • CAC 40 (Paris): - 2,15%
    • S&P futuro (Nova York): - 1,35%
    • Nasdaq futuro (Nova York): - 1,52%
    • Petróleo Brent (Londres): - 0,95% (para US$ 108,07)
    • Índice dólar (DXY): - 0,32%

Na China, o pessimismo sobre os efeitos econômicos de restrições à pandemia voltou a impactar o preço do minério de ferro. A commodity estendeu as perdas do dia anterior e fechou com pouco mais de 1% de queda nesta madrugada. Durante o pregão, o minério chegou a ser negociado com depreciação 5%, segundo a Reuters.

A desvalorização do minério de ferro derrubou em mais de 2% as ações da Vale no último pregão. O Ibovespa caiu na mesma magnitude, enquanto o dólar subiu, voltando a se aproximar de R$ 5. Nesta quinta, o dólar opera próxima da estabilidade frente a divisas emergentes, enquanto apresenta leve queda contra moedas desenvolvidas, apesar do tom negativo nas bolsas de valores.

Dado do dia

Investidores aguardam nesta quinta a divulgação dos pedidos semanais de seguro desemprego. O número deve seguir próximo de 200.000, segundo o consenso de mercado, reforçando o momento aquecido do mercado de trabalho americano, onde a taxa de desemprego segue próxima de 3,6%.

Camil

No Brasil, a Camil apresentará seu balanço ainda do quarto trimestre de 2021 (dezembro a fevereiro) após o encerramento do pregão. A companhia costuma apresentar seus números descasados da temporada de balanços brasileira pela contagem diferente dos meses que compõem os trimestres. A empresa que é uma das principais do ramo de alimentos do país pode dar pistas sobre os impactos da inflação no negócio e pressões de margens.

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