BOLSA DE NOVA YORK: perspectivas ruins para a economia afetarão a temporada de balanços? / REUTERS/Brendan McDermid
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 11h55.
A temporada de balanços trimestrais que ganha força nesta terça-feira nos Estados Unidos deve responder a uma pergunta central: afinal, a economia do país está embicando para baixo?
Quem abre a temporada, como de costume, são os bancos. Durante os dois primeiros anos do governo de Donald Trump, eles foram campeões da bolsa, com cortes de impostos levando a ganhos robustos. Ontem, o Citi anunciou queda no faturamento, e não sobra otimismo entre os analistas para os balanços do Wells Fargo, previsto para hoje, e do Goldman Sachs, agendado para amanhã.
Os receios mais recentes são de que após anos de forte crescimento com Barack Obama e depois com Trump, a economia americana esteja à beira de uma nova recessão justamente num momento em que o governo está às voltas com uma paralisia no orçamento. O desaquecimento da economia, teme um grupo crescente de analistas, pode estar finalmente chegando aos balanços.
Neste cenário pessimista, o aumento de lucros que aconteceu até setembro de 2018 seria provocado não pelos bons fundamentos da economia, mas por efeitos temporários dos cortes de impostos. A hora da ressaca pode estar chegando. Se isto acontecer, o medo é que investidores vendam às pressas antes de entender o que de fato está acontecendo.
Alguns sinais de uma temporada dura apareceram no início de janeiro, quando a fabricante de eletrônicos Apple cortou sua previsão de vendas. Depois, empresas emblemáticas como a aérea American Airlines e a varejista Macy`s fizeram o mesmo. O banco JP Morgan prevê uma queda de até 9% no lucro das empresas em 2019, segundo a posição de traders. Mas analistas de Wall Street preveem um ganho de 7,7%, segundo a agência Bloomberg.
A diferença de expectativas pode levar a um pequeno caos neste início de 2019, segundo o site Business Insider. Desde o natal, quando começou a paralisação no governo Trump, o índice Dow Jones subiu 10%. Desde a chegada de Trump, subiu 34%.
Uma queda nos resultados americanos viria em péssimo momento para o mercado brasileiro. Ontem, a bolsa renovou sua máxima histórica, batendo 94.000 pontos, uma alta de 4% desde o dia primeiro de janeiro.