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Temporada de balanços do 1º trimestre começa nesta sexta. O que esperar?

Empresas de commodities, especialmente mineração e siderurgia, devem ser mais uma vez as estrelas desta temporada; Usiminas dá largada, com divulgação de balanço na sexta-feira

Siderúrgicas devem ser destaques positivos da temporada de rsultados do primeiro trimestre (Fabian Bimmer/Reuters)

Siderúrgicas devem ser destaques positivos da temporada de rsultados do primeiro trimestre (Fabian Bimmer/Reuters)

PB

Paula Barra

Publicado em 21 de abril de 2021 às 07h30.

Última atualização em 22 de abril de 2021 às 09h40.

A temporada de balanços do 1º trimestre no Brasil começa nesta semana, com os resultados de Usiminas (USIM5) e Hypera (HYPE3) programados para serem reportados na sexta-feira, 23. 

Mais uma vez, as empresas de commodities – especialmente dos setores de mineração e siderurgia – devem ser as estrelas da temporada, guiadas por cotações mais altas do minério de ferro e diversas revisões para cima nos preços do aço.

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“As siderúrgicas devem ter o melhor trimestre da história, por causa do aumento de preços de aço, expansão de receitas e alavancagem operacional”, afirmaram analistas do BTG Pactual

Na mesma linha, o Credit Suisse aponta que as siderúrgicas estão preparadas para “mais um trimestre impressionante”. 

Nas contas do banco, a receita líquida deve ter um aumento significativo entre 10% a 15% no período, na comparação com o trimestre anterior, depois de várias rodadas de aumentos de preços anunciadas e um ajuste de 35% a 40% para as montadoras. 

No setor, CSN (CSNA3) e Usiminas devem apresentar os melhores resultados, apontam. 

Entre as mineradoras, os papéis da CSN Mineração (CMIN3) são os preferidos dos analistas do Credit. 

Eles comentam que a sazonalidade mais fraca nos volumes de embarque não deve ser tão impactante na companhia quanto para Vale (VALE3), enquanto preços do minério mais elevados devem resultar em uma geração operacional de caixa significativamente maior. 

A Vale reportou na noite de segunda-feira, 19, seu relatório de produção do primeiro trimestre. Embora os volumes tenham vindo mais baixos, os prêmios foram mais altos, destacaram os analistas do Itaú BBA, reforçando que continuam confortáveis com a estimativa de Ebitda de 8,3 bilhões de dólares para o período. 

Outros destaques positivos: supermercados e frigoríficos

“O principal destaque positivo da temporada deve ficar novamente com commodities, mas o setor de supermercados também deve vir com números bons. Os dados operacionais do Carrefour (CRFB3) divulgados na segunda já mostram bem isso”, comentou Bruno Lima, head de renda variável da EXAME Invest Pro

As ações do Carrefour subiram 3,29% na terça-feira, 20, após a companhia informar vendas de 18 bilhões de reais no primeiro trimestre. No mesmo dia, os papéis do Pão de Açúcar (PCAR3) dispararam 8,92%, a maior alta do Ibovespa, diante de expectativas otimistas para os dados do período. 

Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, também aponta que o setor de supermercados deve vir forte, uma vez que eles seguem funcionando mesmo com o agravamento da pandemia e as medidas restritivas. 

“As pessoas estão consumindo mais em casa, então é um setor em que enxergamos com boas perspectivas”, disse Serra.  

O analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, destaca, além dos supermercados, o setor de frigoríficos: na sua visão, deve ter outro trimestre forte, principalmente, JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que têm grande exposição ao mercado americano, aponta. 

Nesta terça-feira, o Bank of America reiterou recomendação de compra para as duas ações e elevou os preços-alvos, mesmo com o forte rali desses papéis neste ano. Para a revisão, o banco citou boas perspectivas para o resultado do primeiro trimestre, especialmente por causa das divisões de negócios das companhias nos Estados Unidos. 

O BofA elevou o preço-alvo da JBS de 40,00 para 46,00 reais; e da Marfrig, de 22,00 para 27,00 reais.

Destaques negativos

Do outro lado, os setores mais impactados pela pandemia e pelas medidas de isolamento devem continuar a sofrer na safra de resultados do primeiro trimestre.

Lima aponta o setor de varejo físico e de vestuário como destaques negativos, diante das medidas de restrição no trimestre.

"Educação deve continuar com números muito fracos. Não temos motivos para acreditar no oposto", disse Esteter. É a mesma avaliação de Serra.

Além disso, ele acredita que Ambev (ABEV3) também deve apresentar um trimestre fraco, impactada por pressão nos preços de alumínio e grãos.

Para Esteter, a grande dúvida será o setor de bancos, em meio a incertezas sobre se apresentarão ou não novas provisões. "Não dá para pôr a mão no fogo no setor. Até por isso vemos a fraca performance no ano."

No acumulado de 2021, o Índice Financeiro (IFNC) da B3, que engloba as ações de bancos e seguradoras, acumula queda de 8%, enquanto o Ibovespa tem leve alta de 0,88%.

Segundo Serra, com a piora da pandemia em relação ao quarto trimestre de 2020, a temporada do primeiro trimestre vai ser fundamental para ter uma ideia de como as empresas estão se comportando. Vale ficar atento principalmente à teleconferência de resultados, que é a ocasião em que os executivos das companhias comentam suas estratégias.

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