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Temor por Japão desvaloriza bolsas e commodities

Os esforços foram insuficientes para tranquilizar o mercado de ações local, com o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio despencando 6,2 por cento

A queda no Japão foi a maior desde outubro de 2008 e para o menor patamar desde novembro do ano passado (Getty Images)

A queda no Japão foi a maior desde outubro de 2008 e para o menor patamar desde novembro do ano passado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2011 às 13h19.

São Paulo - As preocupações com o impacto econômico do devastador terremoto seguido de tsunamis no Japão pesavam nos mercados financeiros nesta segunda-feira, ditando baixa das bolsas de valores e das matérias-primas.

Além dos prejuízos materiais e humanos com que o país terá de arcar, o temor agora se concentra nas usinas nucleares afetadas. Engenheiros corriam para evitar problemas nucleares no complexo de Fukushima Daiichi, onde três reatores enfrentam risco de superaquecimento, no que seria o pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986.

Para tentar acalmar os investidores, o banco central japonês dobrou as compras de ativos para 10 trilhões de ienes (122 bilhões de dólares) e manteve a taxa básica de juro na faixa de zero a 0,1 por cento, após já ter injetado um recorde de 15 trilhões de ienes no sistema bancário.

Tais ações abriram espaço para que o iene praticamente zerasse os ganhos contra o dólar, depois de mais cedo atingir a máxima em quatro meses ante a moeda norte-americana.

Mas os esforços foram insuficientes para tranquilizar o mercado de ações local, com o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio despencando 6,2 por cento, maior queda desde outubro de 2008 e para o menor patamar desde novembro do ano passado.

O índice de volatilidade VIX disparava mais de 12 por cento, enquanto o petróleo recuava. A baixa nas commodities pressionava o Ibovespa. Na bolsa paulista, Cyrela era o destaque com um recuo de 6 por cento, após a empresa ter reduzido, na sexta-feira, suas estimativas de lançamentos e de vendas para este ano e o próximo.

No câmbio, o euro operava quase estável frente ao dólar, mesmo depois de formuladores de política monetária concordarem em aumentar um fundo de resgate europeu e também baratear os empréstimos a países do bloco.

No Brasil, a divisa norte-americana mostrava estabilidade, enquanto os juros futuros mantinham viés de queda. Pela manhã, o relatório Focus do Banco Central apontou piora nas projeções inflacionárias e do PIB para este ano.

No documento, o mercado elevou a previsão de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 5,82 por cento este ano. A previsão para a Selic foi mantida em 12,50 por cento no final do ano. A estimativa de alta do PIB recuou de 4,29 para 4,10 por cento.

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