TC (ex-TradersClub), plataforma de conteúdo e serviços para investidores, entra em novo segmento de negócios no mercado de capitais | Foto: TC/Divulgação (TC/Divulgação)
Marcelo Sakate
Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 09h36.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2022 às 10h16.
Conhecido como uma plataforma de conteúdo e serviços para o investidor pessoa física, o TC (TRAD3) continua a acelerar uma estratégia de diversificação de seus negócios. A empresa anunciou ao mercado na manhã desta segunda-feira, dia 14, a entrada no segmento de gestão de recursos de terceiros com a criação de um multi-family office.
"Frente à forte demanda de clientes de alta renda do TC, identificamos a necessidade de oferecer um atendimento [...] com total integração com a plataforma do TC [...], aumentando assim a sinergia com a base de usuários da companhia e entregando um diferencial competitivo", apontou o TC no fato relevante enviado ao mercado.
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Multi-family offices são casas que fazem a gestão de patrimônio de diferentes famílias com volumes elevados de recursos, com assessoria mais completa, incluindo serviços como assistência legal e de sucessão.
"É um passo muito importante. A proposta do multi family office une todo o ecossistema do TC. Vou dar exemplos: temos uma casa de research que ficará à disposição do nosso wealth; via RIWeb, temos acesso a CEOs, CFOs e vamos promover encontros com esses clientes; e faremos o mesmo com executivos de empresas de capital fechado por meio da DXA", disse Pedro Albuquerque, CEO e cofundador do TC (ex-TradersClub), à EXAME Invest.
O executivo fez referência a sinergias com duas das aquisições anunciadas no fim do ano passado (veja mais abaixo), que reforçaram a atuação junto a um espectro mais abrangente de investidores e de clientes B2B.
Albuquerque não revelou o tamanho do multi-family office em ativos sob gestão na largada, mas disse que uma parte do patrimônio dos sócios do TC será atendida pela nova estrutura.
A liderança do multi-family office ficará a cargo de Fabio Levy, que atuava na gestão de fundos exclusivos de ações no segmento Private do BTG Pactual (BPAC11), segundo o fato relevante.
"Vamos lançar novos produtos ainda neste trimestre", disse Albuquerque. "Ainda faltam algumas caixas [de produtos e serviços], mas já estamos muito próximos do que o TC vai ter de divisões e subsidiárias", completou.
O TC tem executado ao longo dos últimos meses, mas especialmente a partir do IPO no fim de julho de 2021, um plano agressivo de diversificação de atividades e de público que atende, ampliando as potenciais avenidas de crescimento.
A companhia fundada em 2015 por Pedro Albuquerque, Israel Massa e Rafael Ferri adquiriu no segundo semestre do ano passado a RIWeb, uma das duas grandes empresas do mercado brasileiro que fornecem tecnologia e comunicação para a área de Relações com Investidores (RI) das empresas de capital aberto.
Também comprou a Economatica, plataforma de informações financeiras que atende todos os segmentos do mercado; e investiu para se tornar sócia da 2TM, a holding que tem o Mercado Bitcoin -- a maior corretora de criptoativos do país -- como sua principal empresa.
E adquiriu 20% de participação na DXA, uma gestora de private equity que investe em startups e conta com fundos para o investidor de varejo.
Os primeiros resultados mais evidentes da estratégia começaram a se refletir no resultado do terceiro trimestre.
As receitas líquidas proforma chegaram a 31 milhões de reais no período, mais do que dobrando (+108,9%) em relação ao mesmo período de 2020 e com alta de 33,4% em relação ao segundo trimestre.
Com as duas aquisições, a frente de negócios B2B, voltada a empresas de capital aberto e investidores institucionais, entre outros, passou a responder naquele momento ao equivalente a 22% da receita bruta proforma. No segundo trimestre, era 4%.
A divulgação dos resultados no quarto trimestre de 2021 está prevista para o dia 29 de março.
As ações do TC acumulam queda de 46% desde o IPO, mas se valorizaram 23% desde meados de janeiro, em meio à onda de forte ingresso de capital estrangeiro na bolsa brasileira.