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Taxas futuras de juros têm viés de baixa com dólar fraco

Segundo operadores de renda fixa, a agenda econômica mais fraca nesta sexta limita a oscilação das taxas

B3: às 9h53 desta sexta, o DI para janeiro de 2019 estava em 6,95%, de 6,94% no ajuste anterior (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: às 9h53 desta sexta, o DI para janeiro de 2019 estava em 6,95%, de 6,94% no ajuste anterior (Patricia Monteiro/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 10h24.

São Paulo - Os juros futuros operam com viés de baixa na manhã desta sexta-feira, 15, pressionados pelo dólar mais fraco ante o real e outras divisas ligadas a commodities no exterior, após começarem a sessão nos níveis dos ajustes de quinta-feira, 14.

A agenda econômica mais fraca nesta sexta limita a oscilação das taxas, segundo operadores de renda fixa.

Até quinta, os juros vinham com tendência de alta tendo como pano de fundo um cenário sem reforma da Previdência este ano e o risco de rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil em 2018.

Mas ontem as taxas futuras fecharam em alta, reagindo ao adiamento da reforma para 19 de fevereiro. Lideranças de partidos da base aliada, no entanto, avaliam que o adiamento reduz as chances de aprovação da proposta diante do temor de desgaste dos parlamentares em ano eleitoral.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta que fará conferências com as principais agências na semana que vem para explicar a postergação da votação da reforma.

Ontem, a agência de risco Fitch destacou ontem que "o atraso na reforma da Previdência evidencia riscos incorporados à nossa perspectiva negativa do rating BB do Brasil".

Já a Moodys avaliou que o adiamento aumentou a possibilidade de a reforma não ser aprovada em razão da incerteza em torno das eleições presidenciais. Para a Moodys, a falta de acordo para a votação neste ano é um "fator de crédito negativo".

"Queremos esclarecer as dúvidas e mostrar que há a possibilidade concreta de se aprovar a reforma no começo de 2018", disse Meirelles, após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "E, com isso, tentaremos evitar um downgrade (rebaixamento da nota do Brasil)."

Além do risco de downgrade, o investidor mira as eleições de 2018 e já tem no radar o julgamento da apelação do ex-presidente Lula no TRF-4 no dia 24 de janeiro.

Lula lidera as pesquisas de intenção de votos em todos os cenários e uma condenação o colocaria fora da disputa, o que agradaria os mercados.

Mais cedo, foi divulgado que o volume de serviços prestados no País teve redução de 0,8% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No mês anterior, a queda havia sido de 0,3%. O resultado veio ligeiramente menor que a mediana das estimativas captadas pelo Projeções Broadcast apontando para retração de 0,9%, com intervalo de recuo de 1,10% e alta de 0,10%.

Na comparação com outubro do ano anterior, houve redução de 0,3% em outubro deste ano, já descontado o efeito da inflação. A taxa acumulada pelo volume de serviços prestados no ano ficou negativa em 3,4%, enquanto o volume acumulado em 12 meses registrou perda de 3,7%.

Às 9h53 desta sexta, o DI para janeiro de 2019 estava em 6,95%, de 6,94% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2020 a 8,31%, de 8,34% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2021 a 9,31%, de 9,34% do ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2023 a 10,23%, ante 10,25% do ajuste da véspera.

No mercado de câmbio, o dólar à vista caía 0,51% neste mesmo horário, aos R$ 3,3193. Na mínima registrou R$ 3,3168 (-0,58%) e, na máxima, R$ 3,3378 (+0,05%).

O dólar futuro de janeiro recuava 0,70%, aos R$ 3,32355, após bater mínima em R$ 3,3205 (-0,79%) e máxima, aos R$ 3,3415 (-0,15%).

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