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Taxas de juros sobem em meio a ajustes técnicos

O aumento dos juros recebeu suporte de um movimento de ajuste que se seguiu às quedas registras pelas taxas nos últimos dias


	Bovespa: movimentos técnicos acabaram determinando o rumo das taxas
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: movimentos técnicos acabaram determinando o rumo das taxas (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 16h31.

São Paulo - As taxas de juros futuras fecharam em alta nesta quinta-feira, 22, sofrendo um ajuste ao aumento da Selic, anunciado ontem pelo Banco Central, e também refletindo um leilão do Tesouro que registrou forte demanda.

O aumento dos juros também recebeu suporte de um movimento de ajuste que se seguiu às quedas registras pelas taxas nos últimos dias.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, na noite desta quarta-feira, um aumento da taxa Selic em 0,50 ponto, para 12,25% ao ano.

No comunicado da reunião, o BC informou que "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,25% a.a., sem viés".

No texto da reunião anterior, de dezembro, a instituição havia lançado mão da expressão "parcimônia" que, na ocasião, enfraqueceu apostas de uma elevação mais agressiva, de 0,75 pp.

Na manhã de hoje, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, anunciou um programa de relaxamento quantitativo (QE) no valor superior a 1 trilhão de euros.

O programa, que caracteriza uma extensão das medidas atuais de compra de ativos, prevê a aquisição de 60 bilhões de euros ao mês em títulos soberanos e corporativos a partir de março deste ano.

"A intenção é a de continuar (com o programa) até o fim de setembro de 2016, e será em todo o caso conduzido até observarmos um ajuste sustentável no rumo da inflação que seja consistente com a nossa meta de atingir taxas de inflação maiores, mais próximas a 2% (ao ano), no médio prazo", afirmou Draghi.

A reação à decisão do BCE no mercados de juros futuros foi moderada, visto que a entrevista coletiva de Draghi ocorreu no mesmo horário da realização de um leilão de títulos do Tesouro Nacional.

Após oscilarem entre perdas e ganhos pela manhã, as taxas de juros se firmaram em alta à tarde, se adequando ao aperto da taxa Selic e refletindo um ajuste após o declínio na curva registrado recentemente.

Um gestor destacou, no entanto, que não houve notícias que justificassem esse avanço dos juros. Por isso, os movimentos técnicos acabaram determinando o rumo das taxas.

Para essa fonte, o principal fator de pressão, sobretudo para os vencimentos mais longos, veio do leilão do Tesouro, que ofertou 10,500 milhões de papéis entre LTNs e NTN-Fs, vendendo 10,450 milhões.

Esse volume expressivo de títulos gerou uma natural busca por hedge no mercado de DIs, o que acabou pressionando as taxas para cima.

No fim do pregão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2015 (109.180 contratos) projetava 12,239%, de 12,201% no ajuste da véspera.

O contrato com vencimento em abril de 2016 (257.325 contratos) tinha taxa de 12,68%, de 12,62%.

O DI para janeiro de 2017 (273.890 contratos) indicava 12,39%, ante 12,33% no ajuste da véspera, e o DI para janeiro de 2021 (144.045 contratos) tinha taxa de 11,820%, ante 11,74%.

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