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Taxas de juros disparam com aversão ao risco no exterior

Na primeira parte dos negócios, as taxas subiram diante da pressão do câmbio e do movimento dos juros dos Treasuries e à tarde ampliaram o avanço


	Bovespa: no término da sessão regular, DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,87%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: no término da sessão regular, DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,87% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 17h15.

São Paulo - Os juros futuros, principalmente os de longo prazo, fecharam com forte alta na sessão regular da BM&FBovespa.

Na primeira parte dos negócios, as taxas subiram diante da pressão do câmbio e do movimento dos juros dos Treasuries e à tarde ampliaram o avanço, renovando as máximas do dia, em linha com a reação dos ativos no exterior ao aumento das tensões na Ucrânia.

No término da sessão regular, o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,87%, de 10,82% no ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2016 estava em 11,54%, de 11,31% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2017 projetava taxa de 11,86%, de 11,59% no ajuste de ontem; e o DI para janeiro de 2021 estava em 12,07%, de 11,87% após ajuste.

Operadores relataram que a disparada das taxas na parte da tarde foi provocada por um expressivo movimento de zeragem de posições vendidas, após relatos de oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre o deslocamento 20 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia, publicada pelo Financial Times.

Já o porta-voz do Exército ucraniano, Andrily Lysenko, afirmou que cerca de 45 mil soldados russos equipados com 160 tanques e 1300 veículos armados estão estacionados ao longo da fronteira com o país.

O ministro de Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, afirmou que as forças militares da Rússia estão propensas a "invadir ou pressionar a Ucrânia", de acordo com informações da agência Bloomberg.

Antes de renovarem as máximas com o exterior, porém, houve suavização da inclinação da curva após as afirmações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Na leitura do mercado, Tombini reforçou a percepção deixada pela ata de que a Selic ficará estável em 11,00% por um longo período.

Entre os pontos destacados, está a avaliação do presidente do Banco Central sobre o quadro inflacionário.

"Desde março a economia mostrou sucessiva desinflação nos preços ao consumidor e no atacado. A inflação ao consumidor tende a permanecer bem comportada nos meses à frente", disse.

Ele reafirmou que os efeitos do ciclo de aumento dos juros básicos da economia ainda estão se materializando.

"Mantidas as condições monetárias, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta", completou.

Nos Treasuries, os juros inverteram a alta à tarde e passaram a cair. O da T-Note de dez anos caía para 2,4800%, de 2,487% no fim da tarde de ontem, perto das 16h30.

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