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Ata do Copom, tarifas de Trump e balanço da JBS: o que movimenta o mercado

Trump anunciou que irá impor tarifas de 25% a países que comprarem petróleo e gás da Venezuela, mirando diretamente a China

O presidente Donald Trump, durante evento na Casa Branca (Andrew Harnik/AFP)

O presidente Donald Trump, durante evento na Casa Branca (Andrew Harnik/AFP)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 25 de março de 2025 às 08h01.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 08h32.

Os investidores operam atentos, nesta terça-feira, 25, à divulgação da ata do Copom e aos eventos da agenda econômica americana.

Logo cedo, às 8h, o Banco Central do Brasil publicou a ata da reunião de semana passada. No comunicado, o BC afirmou que "o ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos" e que a decisão de subir a Selic para 14,25% foi unânime.

No mesmo horário, a FGV divulgou o IPC-S Capitais da 3ª quadrissemana e a Sondagem do Consumidor de março. O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, irá participar de um evento da Fiesp às 8h30.

Na pauta política, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começa a julgar a denúncia da PGR que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu.

Nos Estados Unidos, o foco está nos discursos da diretora do Federal Reserve (Fed) Adriana Kugler, às 9h40, e do presidente do Fed de Nova York, John Williams, às 10h05. Às 11h, saem os dados de confiança do consumidor e de vendas de novas moradias.

Depois do fechamento do pregão, Bradespar, JBS e Boa Safra divulgam seus balanços do quarto trimestre de 2024.

Mercados reagem a Trump

Os mercados internacionais reagem, nesta terça-feira, 25, aos possíveis desdobramentos das novas ameaças tarifárias feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na Ásia e no Pacífico, as bolsas refletiram o sentimento de cautela. O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 2,35%, enquanto o Hang Seng Tech caiu ainda mais — 3,82%.

A pressão nos ativos asiáticos veio após Trump anunciar que irá impor tarifas de 25% a países que comprarem petróleo e gás da Venezuela, mirando diretamente a China, principal destino do petróleo venezuelano em 2024, com média de 270 mil barris por dia. “Países que comprarem petróleo e gás da Venezuela enfrentarão tarifas sobre qualquer comércio que tiverem com os EUA”, afirmou Trump. As tarifas entram em vigor em 2 de abril.

Na China continental, o CSI 300 terminou o pregão estável. Já no Japão, o Nikkei 225 subiu 0,46%, e o Topix avançou 0,24%. O Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,62%, enquanto o índice Kosdaq, de small caps, recuou 1,24%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 encerrou o dia praticamente estável.

Na Europa, apesar da incerteza, os principais índices abriram em alta. O europeu Stoxx 600 subia 0,3% pela manhã, enquanto o FTSE 100, de Londres, avançava 0,33%, e o CAC 40, de Paris, registrava alta de 0,5%.

Entre os destaques estão as ações da petroleira Shell, que subiram quase 2% após a empresa anunciar planos para aumentar o retorno aos investidores, reduzir gastos e reforçar sua aposta em gás natural liquefeito. O setor automotivo europeu também teve desempenho positivo, com alta de quase 0,7%, mesmo após Trump afirmar que haverá tarifas para o setor de automóveis, além de produtos farmacêuticos, madeira e semicondutores.

Nos Estados Unidos, os futuros das bolsas operavam com leve queda na manhã de terça-feira. Os contratos atrelados ao S&P 500 recuavam 0,1%, os do Nasdaq 100 caíam 0,2% e os do Dow Jones perdiam 0,1%.

Na véspera, os índices americanos encerraram o dia em alta em meio à expectativa de que a Casa Branca reveja o alcance das tarifas. Fontes ouvidas pelo Wall Street Journal e pela Bloomberg indicaram que o governo pode suavizar as medidas, o que deu fôlego aos mercados. Trump também sinalizou possíveis concessões. "Talvez eu dê isenções a muitos países", disse a jornalistas.

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