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Target registra queda de 19% no lucro do 3º trimestre e revisa guidance para 2025

A companhia pretende elevar os investimentos para US$ 5 bilhões em 2026

Target (Getty Images)

Target (Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 20h32.

O lucro líquido da Target, gigante do varejo dos EUA, atingiu US$ 689 milhões no terceiro trimestre de 2025, um recuo de 19% frente aos US$ 854 milhões do mesmo período do ano anterior. O lucro por ação (LPA) foi de US$ 1,51, contra US$ 1,85 de um ano antes. Excluindo custos extraordinários, como indenizações por demissão, o lucro ajustado por ação da varejista foi de US$ 1,78, superando a estimativa de consenso da Zacks de US$ 1,76.

A receita, por sua vez, teve queda anual de 1,5%, para US$ 25,27 bilhões, ligeiramente abaixo dos US$ 25,32 bilhões esperados.

As ações da Target caíram 2,77% nesta quarta-feiram, cotadas a US$ 86, após tocarem a mínima de 52 semanas, em US$ 85,30.

"Graças ao trabalho e à dedicação extraordinários da equipe da Target, nosso desempenho no terceiro trimestre ficou em linha com as expectativas, apesar dos diversos desafios que continuam afetando o nosso negócio”, disse Michael Fiddelke, futuro CEO da Target. "Ao mesmo tempo, seguimos focados no trabalho essencial para entregar nossos três pilares estratégicos: reforçar nossa autoridade em sortimento, elevar a experiência de compra e aprimorar ainda mais o uso da tecnologia para operar com mais velocidade e consistência, tudo isso em apoio ao retorno ao crescimento sustentável.”

A margem operacional do trimestre, incluindo itens não recorrentes, foi de 3,8% em 2025, ante 4,6% em 2024. Excluindo esses itens, a margem operacional foi de 4,4%. Já a margem bruta do terceiro trimestre ficou em 28,2%, ligeiramente abaixo dos 28,3% de 2024, refletindo pressão decorrente de maiores descontos, parcialmente compensada pelo crescimento das receitas de publicidade e outros serviços, pela redução das perdas de estoque e por ganhos de eficiência na cadeia de suprimentos e no fulfillment digital.

Projeções

Apesar do cenário desafiador, a Target manteve a projeção para a temporada de fim de ano e espera uma queda de um dígito baixo nas vendas do quarto trimestre. A varejista agora prevê um lucro por ação anual, excluindo itens extraordinários, entre US$ 7 e US$ 8, abaixo da perspectiva mais otimista anterior.

Em teleconferência com jornalistas,Fiddelke evitou estimar quando as vendas voltarão a crescer, mas disse que a empresa está avançando.

Diretor de operações e ex-diretor financeiro, Fiddelke assume o comando em 1º de fevereiro, sucedendo Brian Cornell, que liderou a companhia por mais de uma década.

A companhia pretende elevar os investimentos para US$ 5 bilhões em 2026, alta de 25%, visando reformar lojas, abrir novas unidades e melhorar produtos e experiência de compra.

As vendas da Target estão praticamente estáveis há quatro anos, pressionadas pela concorrência e por perdas em áreas que antes eram diferenciais, como design de produtos, lojas organizadas e atendimento. Após enfrentar boicotes em 2025 por recuar em iniciativas de diversidade, a empresa reduziu preços de milhares de itens essenciais e ampliou a oferta de produtos sazonais baratos, como enfeites de US$ 1 e mantas de US$ 10.

A Target também planeja reforçar sua área de beleza após concluir um acordo com a Ulta Beauty, além de ampliar o portfólio de produtos para bebês e ajustar a linha de itens para o lar, que vem apresentando desempenho fraco.

Uso de inteligência artificial

A varejista tem ampliado o uso de inteligência artificial para melhorar operações e atendimento. A empresa anunciou uma parceria com a OpenAI que permitirá aos clientes usar o ChatGPT na plataforma de compras, seguindo movimento semelhante da rival Walmart. Os consumidores poderão buscar recomendações personalizadas e realizar compras via chatbot.

"Na Target, tudo começa com o cliente, e isso significa encontrá-lo onde quer que ele esteja, incluindo espaços emergentes como o ChatGPT, onde milhões de consumidores estão presentes", disse Prat Vemana , vice-presidente executivo e diretor de informações e produtos da Target. "Nosso objetivo é simples: fazer com que cada interação pareça tão natural, útil e inspiradora quanto conversar com um amigo."

A Target informou ainda que as perdas por furtos, danos e outros fatores voltaram aos níveis pré-pandemia. O setor como um todo tem registrado queda nos furtos, reflexo de maior colaboração com autoridades, rastreamento mais eficiente de estoque e colocação de produtos em vitrines trancadas. Em 2023, a empresa chegou a fechar lojas na Costa Oeste e em Nova York devido ao aumento de furtos.

No mês passado, a companhia realizou sua maior reestruturação em uma década, eliminando 1.800 postos de trabalho.

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