Banco do Brasil: no mesmo patamar que bancos pequenos e médios na bolsa de valores (.)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2010 às 18h13.
São Paulo - A hora e a vez é dos pequenos no segmento bancário na bolsa. Paralela à feroz briga dos grandes bancos num mercado ávido por escala, não faltam boas notícias do lado dos menores, que têm crescido oferecendo produtos e serviços de financiamento para empreendedores num ambiente econômico otimista.
Como reflexo do novo cenário, o banco Bradesco BBI atualizou suas estimativas para todo seu universo de cobertura dos bancos de pequena escala, que inclui o ABC Brasil (ABCB4), Bic Banco (BICB4), Panamericano (BPNM4), Daycoval (DAYC4) e o Sofisa (SFSA4).
"Vemos um cenário de crescimento saudável no setor, que mesmo sendo sensível a cenários de estresse, como o da crise na Europa, está melhor preparado graças à boa forma da economia nacional", dizem os analistas do setor Carlos Firetti e Rafael Frade. Eles destacam que os bancos pequenos não são mais pechinchas, e já são negociados com múltiplos próximos do gigante Banco do Brasil.
Segundo os analistas, as melhores perspectivas para os mercados no setor estão no ABC Brasil, cujas ações se valorizaram 73% nos últimos 12 meses, e 9% desde o começo de 2010. O banco manteve sua classificação das ações em Outperform (desempenho dos papéis acima da médio do mercado), e o preço-alvo das ações em 16,40.
"O banco apresenta forte crescimento em operações que classificamos como verdadeiros nichos, como o oferecimento de crédito complementar a pequenas e médias empresas", ressalta a análise. O ABC registrou lucro líquido de 46,9 milhões de reais no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, e aumento de 47,4% na carteira de crédito em relação ao mesmo período.
Outro destaque da força dos pequenos é a estruturada rede de serviços, escritórios e clientes do Bic Banco em operações com pequenas empresas, que lhe garante classificação Outperform pelos analistas, com preço-alvo de 15,60 reais. A expectativa é de crescimento da carteira de crédito em 42% até o final do ano, e de 26% em 2011, aponta o relatório.
Entre os papéis de fôlego um pouco menor, mas que merecem atenção, foi destacado o banco Panamericano, que teve preço-alvo reduzido em 8,7% pra 13,60 reais. O principal motivo de acordo com a análise é o clima de incerteza em relação ao potencial retorno da compra do banco pela Caixa Econômica Federal (CEF) no final de 2009. "É difícil medir os resultados, mas vemos mais ganhos que desvantagens. O fato de ter a CEF como acionista trouxe benefícios essenciais a longo prazo, como estabilidade e redução de custos".
Destoando do setor em estratégia de operação, os papéis do Banco Daycoval ganharam a classificação de Underperform (desempenho abaixo da média do mercado), diante do possível exercício de divídas conversíveis em ações que podem diluir os papéis com excesso de ações no mercado.
Por fim, as ações do banco Sofisa foram classificadas em Market Perform (desempenho em linha com o mercado), ainda sob efeito da recente reestruturação em suas operações de varejo e troca de foco para serviços ligados a pequenos e médios empreendedores. "No entanto, os resultados desta reestruturação só devem ser visíveis no seu números em 2012, quando a folha de balanço do banco será livre do impacto da inadimplência de créditos securitizados", contrapõe a análise.