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Tamanho não é documento na bolsa para Fator Corretora

Em decisão ousada, equipe de análise abandona as grandes da Bovespa


	A Fator Corretora pretende dobrar o número de analistas a partir de 2013
 (Beatriz Blanco/ EXAME.com)

A Fator Corretora pretende dobrar o número de analistas a partir de 2013 (Beatriz Blanco/ EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 06h24.

São Paulo – Em um movimento ousado, a Fator Corretora – que possui uma das equipes de análise mais tradicionais do país – abandonou a cobertura de 58 das maiores empresas listadas na bolsa brasileira e agora irá focar todos os seus esforços nas companhias de porte menor. O trabalho feito para as “small e midcaps” já era visto como um diferencial nos relatórios produzidos pela equipe liderada por Lika Takahashi.

“O que agregamos de valor para o cliente é muito pouco diante do que uma casa global apresenta para uma empresa de grande porte. A cobertura de pequenas e médias faz parte do nosso DNA e não tem nenhuma casa atualmente que se dedique exclusivamente a elas. Não tínhamos como dar a atenção merecida com a atenção dividida com as grandes”, explica Rogelio Gonzales, diretor geral da corretora, em entrevista para EXAME.com.

Segundo ele, o corte na cobertura não irá significar um número menor de funcionários. “Hoje somos oito analistas e iremos dobrar esse número em janeiro. Podemos alcançar novos clientes”, afirma. Gonzales ressalta que há uma grande demanda por análises de empresas menores, pois são elas que podem trazer um grande retorno para o gestor ou investidor que busca encontrar valor escondido nas “esquecidas” da bolsa.

“Começamos no primeiro semestre a pesquisar sobre como agregar valor em nossos produtos e nos perguntamos: até que ponto o meu relatório gera receita para corretora e para o gestor? Nas 20 maiores, onde nos diferenciamos? Em nada. Pelo contrário, ele tem a cobertura global que eu não tenho. Já que sou local preciso de características que me diferenciem. É uma necessidade”, afirma.

Book

Também muito conhecido entre clientes e analistas do mercado, o famoso “Fator Book” – livro com informações sobre as empresas listadas - não será mais produzido. Em seu lugar, a corretora promete uma nova publicação setorial, com o objetivo de trazer detalhes sobre cada área da economia. “Um analista que esteja iniciando no setor vai ter por obrigatoriedade consultar o livro. Aí ele perdura pelo ano. É como se fosse um mapa”, destaca.

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