Mercados

Tam e Lan caem após decisão chilena de congelar fusão

Analistas acreditam que aprovação da operação poderá ter restrições; ações da TAM chegaram a cair 4,3% nesta segunda

Anúncio da fusão das empresas: negócio de US$ 3,9 bilhões  (Divulgação)

Anúncio da fusão das empresas: negócio de US$ 3,9 bilhões (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 11h53.

Santiago - As ações da Tam SA lideram as perdas do Ibovespa e os papéis da Lan Airlines SA têm a maior queda em dois anos em Santiago. O movimento é reflexo da decisão das autoridades reguladoras do Chile de congelar o processo de compra da empresa brasileira por US$ 3,9 bilhões.

A Lan caía 2,2 por cento para 13.650 pesos às 12h36 depois de ter recuado 5,1 por cento, a maior baixa intradiária desde março de 2009.

A Tam caía 4,1 por cento, para R$ 37,82, após ter recuado 4,3 por cento mais cedo, maior retração desde 13 de agosto de 2010.

A agência chilena, conhecida por TDLC, com sede em Santiago, anunciou em 28 de janeiro que decidiu congelar a aquisição enquanto analisa um pedido do grupo de consumidores Conadecus. A TDLC tem demorado, em media, oito meses para tomar decisões em casos que sofrem revisões, segundo estatísticas publicadas em seu website.

“Isso pelo menos vai atrasar a aprovação da fusão, que deve vir com algumas restrições de rotas, e deve afetar definitivamente as ações considerando o atual momento de fraqueza no Chile nos últimos dias”, disse Alvaro Pipino, chefe de vendas internacionais e pesquisa da IM Trust em Santiago.

A Lan, maior empresa aérea da América Latina em valor de mercado, anunciou em agosto um plano para comprar a Tam. A união das duas resultaria numa empresa com acesso a 43 por cento do mercado de aviação brasileiro, e US$ 4,9 bilhões em receita anual.

A inesperada revisão chilena pode derrubar as ações em cerca de 3 por cento hoje, disse ontem Pipino num e-mail em resposta a algumas perguntas da Bloomberg. O processo deve ser atrasado entre oito meses e um ano, disse Cristina Acle, chefe de pesquisa em renda variável na unidade de corretagem da Corpbanca.

Pequeno atraso

Enquanto o risco de a fusão ser vetada pelas autoridades chilenas é baixo, deve haver um pequeno atraso e uma reação “marginal” nos preços das ações, disse Sergio Aratangy, gestor de fundos na Larrain Vial, em Santiago.

Os acionistas controladores das duas empresas assinaram acordos e esperam concluir a transação num prazo entre seis e nove meses, disse a Lan num comunicado de 19 de janeiro.

O Conadecus, em comunicado divulgado separadamente no website da TDLC, disse que o acordo deve afetar a concorrência na rota Santiago-São Paulo. O documento do grupo de consumidores disse que as rotas entre Santiago, São Paulo e Rio de Janeiro são acessos a importantes polos de distribuição para quem vai e vem da Europa.

A Lan deve soltar um comunicado ainda hoje, disse o departamento de comunicação da empresa num e-mail.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica LatinaAviaçãobolsas-de-valoresChilecompanhias-aereasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFusões e AquisiçõesLatamServiçosSetor de transporteTAM

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado