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TAM e Gol lideram rentabilidade em títulos corporativos do País

No geral, títulos de companhias aéreas tiveram valorização de 6,1 por cento em seis meses

Títulos da Gol e da TAM tiveram bom alinhamento com a economia doméstica (Renata Carvalho/Veja)

Títulos da Gol e da TAM tiveram bom alinhamento com a economia doméstica (Renata Carvalho/Veja)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 09h04.

Nova York - Os títulos da Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA e da TAM SA são os de maior rentabilidade nos últimos seis meses no mercado de dívida corporativa brasileira, refletindo o recorde na demanda por viagens aéreas na maior economia da América Latina.

Os títulos de companhias aéreas tiveram valorização de 6,1 por cento em seis meses, em comparação com uma queda retração de 0,8 por cento para a dívida de bancos e uma alta de 0,3 por cento para os bônus de siderúrgicas, segundo dados compilados pela Bloomberg. O rendimento dos títulos do setor aéreo está 120 pontos-base, ou 1,2 ponto percentual, acima do que pagam os títulos corporativos do País e 50 pontos-base a mais que bônus de companhias aéreas americanas.

A taxa de ocupação nas empresas aéreas locais deu um salto de 23 por cento em 2010, a maior expansão desde que a Agência Nacional de Aviação Civil começou a levantar os dados, em 2006. A valorização de 35 por cento do real sobre o dólar nos últimos dois anos ajuda a reduzir os custos de aeronaves e combustível para a Tam e para a Gol, além de aumentar o poder de compra dos brasileiros, disse Roger King, analista do setor aéreo na CreditSight Inc. em Nova York.

“Os títulos dessas duas empresas tiveram um bom alinhamento com a economia doméstica”, disse Bevan Rosenbloom, estrategista da RBS Securities Inc. em Stamford, no estado americano de Connecticut, numa entrevista por telefone. “Eles estão numa posição favorável e eu espero que isso continue à medida que o crescimento do setor aéreo acompanhe o crescimento do PIB.”

Impacto da Lan

O rendimento dos bônus da TAM com cupom de 9,5 por cento e vencimento em 2020 desabou 153 pontos-base desde o início de agosto, quando a Lan Airlines SA, sediada em Santiago e maior companhia aérea da América Latina por valor de mercado, divulgou o plano de comprar a brasileira por US$ 3,8 bilhões num acordo envolvendo somente a troca de ações, segundo dados da Bloomberg.

A aquisição criaria a 15ª maior companhia aérea por faturamento e a quarta maior por valor de mercado, com fatia de 40 por cento do mercado latino-americano, segundo um relatório do Deutsche Bank AG publicado em 11 de janeiro. A Lan tem classificação de risco BBB pela Fitch Ratings, o segundo mais baixo grau de investimento e cinco níveis superior ao da Tam.

A operação de compra da TAM, a maior empresa aérea brasileira por valor de mercado, também impulsionou os títulos da rival Gol, por conta de especulações em torno de novas fusões, de acordo com Luz Padilla, que ajuda a gerenciar US$ 7,5 bilhões, incluindo dívida da Gol, na Doubleline Capital LP em Los Angeles.

Os bônus da Gol com cupom de 9,25 por cento e vencimento em 2020 avançaram 5,3 por cento nos últimos seis meses. A diferença em relação à dívida do governo encolheu de 512 pontos-base em agosto para 352 pontos-base, de acordo com dados da Bloomberg. Os títulos da Tam saltaram 8,5 por cento no mesmo período.

“Vimos os bônus da TAM avançarem significativamente e isso afetou os papéis da Gol um pouco, ao mostrar que há potencial para mais acordos com empresas maiores e melhor capitalizadas”, Padilla disse. “O mercado é bastante promissor e isso se observa nas potenciais fusões. É um bom marco para o setor.”

A Tam e a Gol não quiseram fazer comentários, segundo as assessorias de imprensa das duas empresas.

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