Suzano: empresa anuncia terceiro programa de recompra de ações (SOPA Images/Getty Images)
A Suzano (SUZB3) segue com previsões positivas para o quarto trimestre depois de reportar resultado forte no terceiro trimestre, em que reverteu prejuízo e registrou R$ 5,45 bilhões de lucro líquido. O olhar positivo da companhia, maior produtora de celulose no mundo, se deve aos estoques globais reduzidos e à manutenção de preços em patamares mais elevados.
"Estamos bastante otimistas nos próximos meses, conversando com clientes e mantendo preço até novembro. Os níveis de estoques estão baixos em todas as cadeias, com redução em 7% nos portos europeus e chineses", disse o diretor comercial de celulose, marketing e logística da Suzano, Leonardo Grimaldi, em teleconferência de resultados nesta sexta-feira, 28. Como tem pedidos de clientes da Ásia ainda por serem entregues, a companhia não tem feito novas ofertas no mercado à vista.
No negócio de papéis, tanto para impressões, escrita ou cartões, a companhia tem visto uma demanda mais aquecida do mercado local e da América Latina, o que deve se manter no quarto trimestre e, até mesmo, acelerar, com a proximidade do período de preparação do setor educacional para a volta às aulas. "Não realizamos todos os aumentos, já implementamos alguns e continuaremos avaliando as condições para implementar novos aumentos", disse Fabio Almeida de Oliveira, diretor de Papel e Embalagens, aos analistas de mercado.
Embora a direção da companhia diga haver certo grau de incerteza na equação de oferta e demanda, a perspectiva ainda é de que a oferta fique mais limitada no curto prazo, dado que há diversas paradas de produção previstas globalmente, incluindo da própria Suzano, ainda no primeiro semestre de 2023.
A companhia criou um método de se "vacinar" contra a volatilidade dos preços, cenário que pode ser mais evidente no ano que vem. "Entendemos que ao longo do tempo seria melhor para nossos clientes e nós mesmos ter uma política de menos volatilidade. Os preços hoje são voláteis. Cada cliente tem geralmente durante um ano um desconto fixo, o que reforça volatilidade. O que estamos fazendo é propor para os clientes uma biblioteca de alternativas em uma situação em que há piso e teto para os preços. Assim que estamos trabalhando para operar a política de preços da Suzano ao longo do tempo. O volume ainda é pequeno, mas crescente todos os anos", diss Walter Schalka, presidente da Suzano, em resposta a jornalistas na manhã de sexta-feira, 28.
A melhoria operacional da Suzano não está refletida nos papéis da companhia, segundo a direção. Por isso, a empresa aprovou mais uma recompra de 20 milhões de ações, num movimento que deve superar R$ 1 bilhão.
"Reconhecemos que há um valor que não foi totalmente refletido no preço da nossa ação", disse Schalka na reunião com os analistas de mercado. A empresa já investiu R$ 1,9 bilhão em outros programas de recompra recentes de 40 milhões de ações. No ano, a ação acumula desvalorização de mais de 8%.