Loja da TIM: as ações caírem 3,65 por cento na Bovespa, a 8,70 reais (Lia Lubambo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2012 às 10h41.
Rio de Janeiro - Poucos dias após conseguir reverter a proibição de vendas de chips, a TIM Participações voltou a ser assombrada com o risco de novas sanções, desta vez por suspeitas da área técnica da Anatel de que teria derrubado chamadas intencionalmente.
Mesmo rebatendo com firmeza o conteúdo do relatório da agência reguladora --no qual o Ministério Público do Paraná se baseou para pedir a volta da suspensão das vendas no Estado--, a TIM não livrou suas ações de caírem quase 4 por cento, enquanto a diretoria da Anatel tentou desfazer o mal estar causado pelo vazamento do documento.
"O relatório técnico é preliminar e não tem julgamento de mérito", disse o presidente da autarquia, João Rezende, referindo-se ao relatório, produzido ao final da fiscalização concluída em 31 de maio.
Nele, a área técnica afirma investigar se a operadora "continua derrubando de forma proposital as chamadas de usuários do plano Infinity", para, com isso, forçar o usuário a realizar outra chamada. A TIM teria afirmado então ser necessário considerar "fatores externos" e "particularidades técnicas" sobre o impacto da duração das chamadas.
A TIM já havido sofrido bloqueio nas vendas por parte da Anatel em julho no Distrito Federal e em 18 Estados, por conta de acusações de má qualidade de serviços. A sanção foi suspensa na última semana, depois que a operadora apresentou um plano de ação à autarquia.
Em meio do pedido do MP paranaense de nova suspensão da operadora no Estado, a companhia rebateu o relatório a Anatel, acusando-o de ter falhas graves.
"Negamos a acusação veementemente", afirmou à tarde o diretor de Assuntos Regulatórios da TIM, Mario Girasole, após encontro com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga.
Em nota à imprensa, a TIM reiterou as críticas, afirmando ter identificado "graves erros de processamento, que alteram as informações apresentadas e levam a conclusões erradas".
De todo modo, o temor do mercado por novas punições à operadora fizeram as ações caírem 3,65 por cento na Bovespa, a 8,70 reais.
Um analista do setor, sob condição de anonimato, chamou a atenção para o efeito negativo de a empresa novamente estar sob o holofote em casos relacionados à qualidade.
Considerados pela operadora planos ilimitados, os pacotes "Infitity" têm sido um dos principais responsáveis pelo forte aumento da base de clientes móveis da TIM nos últimos anos, e são baseados na cobrança por chamadas em vez de por minutos.
O pedido, feito pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, inclui pagamento de indenização a todos os clientes que utilizam os pacotes "Infinity", que teriam sido prejudicados por desligamentos de chamadas feitos por parte da operadora.
A ação coletiva do MP paranaense quer também uma multa de pelo menos 500 mil reais por dia para a empresa, caso as vendas prossigam enquanto as metas de qualidade não forem cumpridas.
Citando o relatório, o MP paranaense afirmou que, em um só dia, mais de 8 milhões de usuários foram prejudicados por desligamentos de chamadas em todo o país.
De acordo com a empresa do grupo Telecom Italia, já foram investidos 95 milhões de reais no Estado neste ano para ampliação e modernização de rede.