B3 (B3SA3), Bolsa de Valores, Ibovespa (Germano Lüders/Exame)
Essa quinta-feira, 10, será um dos dias mais intensos na temporada de resultados do terceiro trimestre de 2022.
Durante o dia, antes e após o pregão da B3 (B3SA3), serão publicados os balanços de cerca de 100 empresas. Quase 30% de todas as listadas na Bolsa de Valores de São Paulo.
Entre os maiores grupos que divulgarão seus números do período julho-setembro estão a própria B3, Magazine Luíza (MGLU3), Via (VIIA3), Itaú Unibanco (ITUB4), Americanas (AMER3), JBS (JBSS3), Raízen (RAIZ4), brMalls (BRML3), Marfrig (MRFG3), IRB Brasil (IRBR3) entre outras.
O mercado está particularmente atento aos resultados das empresas varejistas, que estão sofrendo nos últimos meses com o desaquecimento do comércio eletrônico, após a volta à normalidade após a pandemia, e com a alta da taxa básica de juros (Selic) por parte do Banco Central (BC), que impactaram as empresas intensivas de capital.
Além disso, a inflação está corroendo o poder de compra dos consumidores, e consequentemente correndo as vendas, mas também aumentando os custos das operações.
O Ibovespa se sustentou nos últimos pregões graças a alta das ações das varejistas, com os investidores otimistas sobre o potencial aumento das vendas com o aumento dos gastos sociais por parte do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, caso os resultados trimestrais dessas empresas sejam negativos, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo poderá sofrer uma queda expressiva nesta quinta-feira.
Por outro lado, o mercado está aguardando os números de grandes produtores de proteína animal, como JBS e Marfrig, que deveriam continuar se beneficiando da alta da demanda global e do câmbio com o dólar ainda em patamares elevados, mesmo se em um momento de mudança do ciclo agropecuário e redução da cotação da arroba de boi.
Analistas e investidores olharão com atenção aos resultados do Itaú Unibanco, do BMG e de outros bancos que publicarão seus resultados nesta quinta-feira, pois após os números divulgados pelo Bradesco (BBDC3), que mostraram uma forte alta da inadimplência, as ações do banco despencaram mais de 16% no pregão da última quarta-feira, 10. Existe, portanto, o risco que algo parecido possa ocorrer também com as ações dos outros bancos comerciais.
Por último, o IRB Brasil também será um dos resultados mais aguardados, especialmente pelos pequenos investidores pessoas físicas que entraram no capital da resseguradora no final do ano passado, seguindo o mega-investidor Luiz Barsi que anunciou a compra de mais de 5% das ações da empresa.
Nas últimas divulgações mensais de resultados operacionais para a Superintendência de Seguros Privados (Susep), obrigatório para empresas do setor de seguros, o IRB não brilhou, e as ações caíram mais de 16% no último mês, acumulando uma contração de quase 72% desde o começo do ano, chegando a valer menos de R$ 1.