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Super Quarta: o que esperar das decisões do Copom e do Fed

Bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos definem taxas de juro nesta quarta-feira, 3

Jerome Powell (esq.), presidente do Fed | Roberto Campos Neto, presidente do BC (Eric Baradat/AFP/Bloomberg via/Getty Images)

Jerome Powell (esq.), presidente do Fed | Roberto Campos Neto, presidente do BC (Eric Baradat/AFP/Bloomberg via/Getty Images)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 2 de maio de 2023 às 15h41.

Última atualização em 2 de maio de 2023 às 15h52.

Os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos se preparam para definir suas taxas de juro nesta quarta-feira, 3, sem grandes divergências sobre as decisões.

O consenso é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a Selic mais uma vez inalterada em 13,75%, com o Banco Central ainda esperando por sinais mais claros de controle da inflação. Nos Estados Unidos, a grande expectativa é de que o Fomc (O Copom do Federal Reserve) suba sua taxa em mais 0,25 ponto percentual, levando o juro americano para o intervalo entre 5% e 5,25%.

Copom: (ainda) sem espaço para cortes

Embora tanto a manutenção da Selic quanto a alta do juro americano sejam vistas com alta probabilidade no mercado, ainda há questões importantes na mesa.

Por aqui, investidores aguardam por indícios de quando a taxa de juro começará a cair. Mas, para a equipe do Goldman Sachs, esses sinais não devem estar tão presentes no comunicado da decisão desta quarta.

O banco espera que o Copom destaque a resiliência acima do esperado da atividade e do mercado de trabalho e expresse desconforto com a deterioração das expectativas de inflação futura. "Isso provavelmente limitará o escopo para uma flexibilização precoce e agressiva da política monetária", afirmou o Goldman Sachs em relatório. O banco, no entanto, não descarta o "início lento de um ciclo de flexibilização até o terceiro trimestre".

A projeção é semelhante à de economistas do Itaú BBA. "Mais uma vez, o comitê deve reforçar a sinalização de manutenção da postura vigilante da política monetária e de perseverança no processo de desinflação até a convergência às metas no horizonte relevante — agora, o ano calendário de 2024."

Fomc: rumo à última alta?

Enquanto no Brasil cresce o debate sobre quando iniciarão os cortes de juros, nos Estados Unidos, a discussão ainda é sobre quando o Federal Reserve irá parar de subir. Até o início da semana, investidores precificavam com quase 30% de chance a probabilidade de o Fed ter de voltar a subir sua taxa de juro em mais 0,25 ponto percentual na reunião de junho. Esta chance, no entanto, foi reduzida a 0% nesta terça, véspera da decisão.

Entre os motivos que têm feito investidores abandonar a possibilidade de uma política monetária ainda mais dura pelo Fed estão os sinais de piora da economia americana e os potenciais efeitos da quebra de bancos médios no sistema financeiro americano.

"Esperamos que o Fomc envie a mensagem de que acredita que a política monetária está próxima de ser suficientemente restritiva. Mas uma nova alta em junho não pode ser descartada, uma vez que o Fed verá dois relatórios de emprego e outro de inflação entre as reuniões de maio e junho", avaliaram economistas do Bank of America em relatório.

Vale lembrar que os dados oficiais do mercado de trabalho americano serão divulgados já nesta sexta-feira, 5, com alto potencial de influenciar o debate sobre a necessidade de novas altas de juros nos Estados Unidos.

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