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Superquarta, guerra comercial e balanço do Bradesco: o que move o mercado

No Brasil, a expectativa é que o Copom eleve a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75%

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 7 de maio de 2025 às 07h59.

Última atualização em 7 de maio de 2025 às 08h20.

Os mercados iniciam a quarta-feira, 7, à espera das decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil, embalados pela notícia do avanço das negociações comerciais entre EUA e China. Na noite de ontem, comunicados oficiais confirmaram que os dois países voltarão à mesa de negociações neste fim de semana. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, vai se encontrar na Suíça com o vice primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

Apesar do impacto simbólico da retomada do diálogo sino-americano, ela não deve alterar o posicionamento do Federal Reserve (Fed), que anuncia sua decisão de política monetária às 15h (de Brasília). O consenso é de manutenção da taxa no intervalo entre 4,25% e 4,50%. Às 15h30, o presidente Jerome Powell discursa.

Nos EUA, a inflação perdeu força em março e o desemprego se manteve estável em abril — fatores que justificam cautela. Ao mesmo tempo, a escalada tarifária já afeta a confiança do consumidor, com reflexos na atividade.

No Brasil, a expectativa é que o Copom eleve a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75%, às 18h30, mas não há consenso sobre o tom do comunicado. Com inflação pressionada e risco fiscal no radar, o BC deve adotar discurso mais duro, mesmo que mantenha o ritmo de aperto.

Na agenda doméstica, destaque para a produção industrial de março, às 9h. O mercado espera uma leve alta de 0,3%, após queda de 0,1% em fevereiro. Às 14h30, saem os dados semanais do fluxo cambial e, às 15h, a balança comercial de abril.

Do lado corporativo, 14 empresas divulgam seus balanços após o fechamento, entre elas Bradesco, Klabin, Rede D’Or e Ultrapar. Em Nova York, a Disney também publica seus resultados.

No cenário político, o presidente Lula embarcou ontem para uma viagem que inclui Rússia e China. Em Moscou, ele se encontrará com Vladimir Putin até sexta-feira, 10. Já em Pequim, nos dias 12 e 13, deve assinar 16 acordos bilaterais com Xi Jinping.

Enquanto isso, o Reino Unido pode anunciar ainda esta semana um acordo com a Casa Branca, segundo o Financial Times.

Mercados internacionais

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, impulsionadas pelos novos cortes de juros anunciados por Pequim para estimular o crescimento. O Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,5%, enquanto o índice CSI 300 avançou 0,61%. No Japão, o Nikkei caiu 0,14%, mas o Topix teve alta de 0,31%. Já o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,55%.

Na Europa, os mercados operam em baixa nesta manhã, pressionados por balanços corporativos e à espera do anúncio de política monetária do Fed. O índice Stoxx 600 recuava 0,3% por volta das 10h40 (em Londres), com destaque negativo para o setor de saúde.

Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em alta, com os investidores reagindo positivamente à retomada das negociações comerciais entre EUA e China.

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