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Sucessão no SoftBank: Masayoshi Son avalia futuro e reforça compromisso com IA

Executivo brincou ao ser questionado se poderia seguir comandando o grupo mesmo depois de morrer, graças à inteligência artificial

Masayoshi Son: fundador e CEO do SoftBank Group brinca ao responder perguntas na assembleia anual de acionistas, em Tóquio, nesta sexta-feira, 27. (Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images)

Masayoshi Son: fundador e CEO do SoftBank Group brinca ao responder perguntas na assembleia anual de acionistas, em Tóquio, nesta sexta-feira, 27. (Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 27 de junho de 2025 às 07h32.

Masayoshi Son, fundador e CEO do SoftBank Group, revelou que já avalia uma sucessão para o comando do grupo japonês, mesmo enquanto reforça sua vontade de liderar a revolução da inteligência artificial. As declarações foram feitas nesta sexta-feira, 27, durante a assembleia anual de acionistas em Tóquio.

Aos 67 anos, Son afirmou que pretende continuar à frente do SoftBank por mais dez anos, mas indicou que possui vários nomes dentro do próprio grupo que poderiam substituí-lo no futuro. Ele disse que trabalha diariamente com esses executivos, mas preferiu não divulgar quem tem em mente, de acordo com informações da Bloomberg.

Apesar de garantir que está saudável e comprometido continuar no cargo por mais alguns anos, Son reconheceu a importância de abrir espaço para novas lideranças caso se torne um obstáculo para o crescimento do grupo. Ele comentou sobre Junichi Miyakawa, atual presidente da unidade de telecomunicações do SoftBank e responsável por expandir a infraestrutura de IA no Japão. Segundo o CEO, Miyakaw é um profissional que está fazendo “um trabalho extremamente sólido”.

“Sinto-me muito satisfeito, encorajado e tranquilo com o trabalho dele. Como resultado, quase nunca senti necessidade de interferir no que ele faz. Eu confio nele”, disse Son, segundo a Bloomberg. As ações do SoftBank chegaram a subir até 3,2% após suas falas, acompanhando também um movimento de alta no índice Nikkei.

No passado, nomes como Nikesh Arora, Marcelo Claure e Katsunori Sago chegaram a ser cotados para suceder Son, mas todos já deixaram o SoftBank. A indefinição sobre a sucessão do grupo sempre foi vista como uma das principais preocupações dos investidores.

Brincando, Son também respondeu a um acionista que perguntou se a inteligência artificial poderia prolongar sua vida ou permitir que ele comandasse a empresa mesmo após a morte. “Embora eu pretenda usar a IA mais do que qualquer pessoa, não acho que ela possa me substituir”, afirmou o empresário.

Investimento bilionário em 'superinteligência artificial'

Além das questões sobre sucessão, Son usou o encontro com acionistas para reforçar seu grande objetivo: fazer do SoftBank o maior “plataformer” global na era da superinteligência artificial (ASI, na sigla em inglês). Segundo a Bloomberg, ele disse que o mercado de ASI será um jogo em que “o vencedor leva tudo”.

O SoftBank controla a Arm Holdings, renomada no design de chips, e planeja investir até US$ 30 bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT, além de já ter adquirido a Graphcore Ltd. e ter planos de comprar a Ampere Computing LLC. “Esses elementos são indispensáveis para a ASI. Estou totalmente comprometido”, declarou Son.

Uma das grandes ambições do executivo inclui, ainda, uma possível parceria com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. para costruir um polo de fabricação de tecnologia voltada à IA no Arizona, nos Estados Unidos.

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