Abertura de capital do Strava planeja captação de recursos para novas aquisições (NurPhoto /Getty Images)
Redatora
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 14h51.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 15h01.
O Strava, aplicativo de monitoramento de corridas e atividades físicas, planeja lançar uma oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Nova York. A abertura de capital pretende captar recursos para novas aquisições e reforçar a posição da empresa como principal plataforma do segmento — a corrida é o esporte que mais cresce no mundo, segundo relatório do próprio aplicativo.
Michael Martin, CEO da plataforma de bem-estar, afirmou ao Financial Times que pretende abrir o capital da companhia, embora ainda não haja uma previsão de data para o movimento. “Uma listagem proporciona fácil acesso a capital, caso quiséssemos realizar aquisições maiores e em maior número”, disse o executivo.
Em setembro, a Reuters informou que o Strava convidou os bancos Goldman Sachs e JPMorgan para conduzir o processo de abertura de capital. A empresa foi avaliada em US$ 2,2 bilhões em uma rodada de financiamento concluída em maio, segundo dados da PitchBook.
Fundado em 2009, o Strava ganhou popularidade após a pandemia de Covid-19. Em 2025, o aplicativo registrou média de 50 milhões de usuários ativos por mês, de acordo com a consultoria Sensor Tower, que também apontou gastos de mais de US$ 180 milhões de usuários com o plano Strava Premium no último ano.
Os downloads da plataforma, no período de um ano até setembro, cresceram 80% em relação a 2024. “Perfis de crescimento como o nosso são particularmente incomuns, especialmente nessa escala. Isso atrai muita atenção, principalmente de banqueiros”, afirmou Martin ao Financial Times.
A abertura de capital também se conecta à estratégia do Strava de consolidar-se como líder entre os aplicativos de monitoramento de exercícios. O movimento ocorre em meio à disputa judicial com a Garmin, gigante de smartwatches e dispositivos GPS.
As duas empresas mantinham uma parceria antiga, rompida após o Strava acusar a Garmin de violação de patentes e quebra de contrato firmado em 2015. O acordo permitia a integração do Strava Live Segments aos relógios da marca.
Em setembro, o Strava alegou que a Garmin teria se aproveitado da colaboração para estudar as tecnologias do Segments e reproduzi-las em seus dispositivos. As funcionalidades permitem visualizar mapas de calor e zonas de maior atividade física. Além do Garmin Connect, o Strava também compete com plataformas das marcas Nike e Adidas.
Para fortalecer suas ferramentas e ampliar a atuação em diferentes modalidades esportivas, o Strava adquiriu recentemente a Runna, aplicativo de treinos personalizados, e a The Breakaway, plataforma voltada ao ciclismo.
Com o IPO no horizonte, o foco da companhia é seguir expandindo recursos para diversas categorias de atividade física — e aprimorar ainda mais as tecnologias voltadas à corrida, o coração do seu negócio.