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Spinelli derruba estimativas para Cielo e Redecard e diz qual sua preferida

Analista prevê números fracos no quarto trimestre de 2010 e perda de participação de mercado nos próximos anos para ambas companhias

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 14h49.

São Paulo – A corretora Spinelli revisou suas projeções para as empresas do setor de cartões listadas na BM&FBovespa. A Cielo (CIEL3) teve sua recomendação rebaixada de “Compra” para “Manter”, o preço alvo (dez/11) foi reduzido de 19,80 reais para 17,12 reais. No caso da Redecard (RDCD3), a recomendação de manutenção dos papéis foi mantida, porém, o preço-alvo das ações despencou de 29,90 reais para 22,09 reais.

De acordo com o analista Daniel Malheiros, a expectativa é de números fracos no quarto trimestre de 2010. “Devemos observar forte crescimento do volume financeiro processado tanto dos cartões de crédito quanto débito em virtude da baixa penetração do uso de cartões no país (24% do consumo das famílias) enquanto em países desenvolvidos essa taxa chega a aproximadamente 50%, como é o caso do Canadá”.

O relatório destaca que os dados preliminares do quarto trimestre do ano passado publicados pela Abesc (Associação das Empresas Brasileiras das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) revelaram que o volume financeiro total foi 158,2 milhões de reais no período, uma alta de 20,3% na comparação anua.

“Apesar do bom desempenho do volume financeiro processado pelos cartões, os investidores ficarão atentos à velocidade e magnitude da perda de rentabilidade das companhias. Neste sentido, esperamos números mais fracos por parte da Cielo, especialmente devido às diferenças contábeis temporais em relação à Redecard e também porque a rodada de negociação com grandes varejistas
no terceiro trimestre ainda não havia ocorrido na mesma intensidade que o visto na Redecard”, destaca o analista.

Cielo ou Redecard?

Para Daniel Malheiros, a Cielo é a preferida. “Acreditamos que as ações da Cielo devem negociar com prêmio em termos de múltiplos em relação a Redecard devido a maior presença mercadológica, mais parcerias com bancos (BB e Bradesco) no bloco de controle, dentre outros fatores”.

Contudo, Malheiros avisa que o prêmio em relação à Redecard diminuiu ao longo de 2010 e que em 2011 não há grandes razões para se acreditar que as ações da Cielo continuarão apresentando performance superior a sua concorrente.

Guerra por território

Uma das perguntas mais difíceis de serem respondidas, segundo Daniel Malheiros, se refere à participação de mercado das duas companhias no futuro. Para o analista, trata-se de um horizonte ainda bastante nebuloso.

“A entrada de novos players deve pressionar a participação de mercado tanto da Cielo quanto da Redecard. Num primeiro momento acreditamos que a Cielo deve ser mais prejudicada, dada a grande exposição à bandeira Visa, fazendo com que a companhia perca market share para a Redecard. Porém, entendemos que a menor exposição a grandes estabelecimentos do que a Redecard deve beneficiá-la num segundo momento”, observa Malheiros.

O relatório considera que a participação de mercado da Cielo deverá cair dos atuais 55,6% para 50,3% ao final de 2014. “Cabe destacar que essa premissa pode ser revisada para baixo caso a pressão exercida pelos novos entrantes seja acima do esperado por nós”, lembra o analista.

Para a Redecard, a previsão da Spinelli é que sua participação de mercado caia 38,3% em 2010 para 35,9% em 2014.

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