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S&P reduz nota da Venezuela e aponta risco de calote em 6 meses

A agência de classificação financeira alertou para o risco "caso as condições não melhorem de maneira significativa e inesperada" no país

Venezuela: a agência teme que o país não consiga financiamento nos mercados internacionais (Ueslei Marcelino/Reuters)

Venezuela: a agência teme que o país não consiga financiamento nos mercados internacionais (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de julho de 2017 às 09h33.

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 09h51.

A agência de classificação financeira S&P Global Ratings rebaixou nesta quarta-feira a nota da dívida da Venezuela de CCC para CCC- e alertou para o risco de default dentro de seis meses, em consequência do agravamento da crise política e financeira.

"A redução da nota reflete a degradação das condições econômicas, o agravamento das tensões políticas, incluindo no campo chavista dentro do governo, e a deterioração do governo em termos de liquidez", explicou a agência, que inclui uma perspectiva negativa a sua nota.

O rebaixamento da nota a médio prazo da Venezuela "reflete um risco de default (...) nos próximos seis meses, caso as condições não melhorem de maneira significativa e inesperada na Venezuela", completou a SP.

A agência teme que o país, afetado há vários anos pelo baixo preço do petróleo, não consiga financiamento nos mercados internacionais e, em consequência fique incapacitado de pagar sua dívida.

"Se não acontecer um novo financiamento externo consequente, acreditamos que o governo terá dificuldades para pagar os quase 2,8 bilhões de dólares de dívida no segundo semestre de 2017 e os quase sete bilhões de dólares de 2018", indica a SP, que prevê uma contração de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano este ano.

Há vários meses, milhares de pessoas protestam nas ruas da Venezuela praticamente todos os dias contra o governo de Nicolás Maduro, que convocou eleições para 30 de julho para uma Assembleia Constituinte. Quase 100 pessoas morreram nos confrontos.

Sinal das divisões também no campo chavista, a procuradora-geral Luisa Ortega, que durante anos apoiou o governo, pode ser destituída, mas desafiou Maduro e prometeu ficar no cargo para "defender a democracia".

"A fragilidade das instituições, o descontentamento cada vez maior entre a população (...) reduzem ainda mais a capacidade da Venezuela de enfrentar os problemas urgentes no plano econômico e social", adverte a SP.

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