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Publicado em 21 de julho de 2025 às 06h01.
O investidor Bill Smead alertou que o rali das ações norte-americanas pode estar próximo de um ponto crítico. Em carta aos investidores de seu fundo Smead Value Fund, enviada na semana passada, ele destacou que o S&P 500 atingiu novamente uma “linha de resistência” que já havia ocorrido antes de grandes correções nos picos de 1966 e 2000.
Segundo reportagem do Business Insider, o gráfico compartilhado retrata que o índice ajustado pela inflação encostou na linha de tendência pela terceira vez desde os anos 1960. A marca coincide com o patamar recorde recente do S&P 500, que superou os 6.300 pontos.
Para o gestor, o movimento reflete um ambiente excessivamente otimista e pode prever uma década de retornos fracos. “Isso não te diz quando, mas diz muito sobre a magnitude e a duração do que está por vir”, disse ao Business Insider. “Não é uma questão de se, é de quando."
Apesar do alerta, Smead reconhece que o rali pode continuar, especialmente se os fundamentos - como inflação controlada, consumo forte e desemprego baixo - permanecerem sólidos. Ainda assim, ele vê sinais claros de euforia, como o índice Shiller (CAPE), que está próximo de suas máximas históricas.
O momento, segundo a reportagem, é impulsionado pelas ações de tecnologia, em especial o grupo das “Magníficas Sete”. Entretanto,o investidor segue uma estratégia e mantém uma visão pessimista sobre esses papéis. Seu fundo está concentrado nos setores de energia, consumo cíclico e finanças e acumula queda de 10,6% nos últimos 12 meses.
Smead também comentou sobre a postura recente de Warren Buffett como um indício de cautela no mercado. De acordo com o Business Insider, o bilionário tem mantido níveis recordes de caixa e adotado uma estratégia conservadora, postura semelhante à que teve antes do colapso da bolha das pontocom.
“Todo mundo quer saber por que Warren Buffett está com tanto dinheiro parado. É porque ele sabe que, em algum momento, isso vai ser massacrado”, afirmou Smead.